Corinthians volta a perder parte da comissão e pode rever pesadelo pós-Tite
O Corinthians vai reviver parte de um roteiro que lhe traz más lembranças dois anos depois de Tite ter deixado o clube rumo à seleção brasileira. Com a saída de Fábio Carille do comando da equipe alvinegra, a comissão técnica corintiana perderá integrantes, assim como em 2016. São três peças importantes, mais o treinador campeão brasileiro e duas vezes vencedor do Paulistão, que deixam o dia a dia do clube para trabalharem no Al-Wehda, da Arábia Saudita.
Conforme anúncio do presidente Andrés Sánchez na última quarta-feira, Carille leva consigo três profissionais corintianos para o Oriente Médio: o auxiliar técnico Leandro da Silva (Cuca), o preparador físico Walmir Cruz e o observador técnico Mauro da Silva. São quatro saídas, contra seis registradas após o acerto de Tite com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
À época, o Corinthians perdeu, de imediato, o gerente de futebol Edu Gaspar e o auxiliar técnico Cléber Xavier, além do próprio Tite. Nos meses seguintes, o preparador físico Fábio Mahseredjian se uniu ao grupo, assim como Fernando Lázaro, coordenador do Cifut (Centro de Inteligência do Futebol do Corinthians), e Matheus Bacchi auxiliar e filho do treinador.
A debandada à época foi muito sentida pelo clube. Influente no futebol corintiano à época, o hoje presidente Andrés Sanchez chegou a duvidar de que Tite trocaria o Corinthians pela seleção brasileira. Depois, em entrevista ao UOL Esporte, revelou mágoa com os profissionais que saíram junto com o treinador, principalmente com Edu Gaspar.
Hoje, para alívio do Corinthians, os profissionais que acompanham Carille não são "decanos" alvinegros. Fábio Mahseredjian e Cléber Xavier por exemplo, sempre estiveram ao lado de Tite no Corinthians, nas passagens de 2010-2013 e 2015-2016. Edu Gaspar, por sua vez, tornou-se uma espécie de fiel escudeiro após se aposentar, em 2011.
Aliados de Carille na aventura na Arábia, Walmir Cruz e Cuca foram integrados à comissão técnica corintiana em dezembro de 2016, quando a diretoria decidiu efetivar o treinador. A dupla chegou ao clube após uma indicação do técnico, que fará o mesmo após o acerto com clube da Arábia Saudita. A exceção é Mauro, observador corintiano desde 2008 e uma das pessoas mais próximas ao presidente Andrés Sánchez no clube.
"Quero agradecer publicamente o Fábio Carille, não só pelo treinador que foi, mas pela pessoa que é, pelo auxiliar que foi desde 2009. Ao Walmir, ao Cuca e, principalmente, ao Mauro, que é o mais antigo aqui e que, talvez, o que vamos sentir mais falta. Não só pelo profissional que é, mas pela pessoa", discursou o presidente na última quarta.
O Corinthians será comandado agora por Osmar Loss, um dos três auxiliares de Carille no Corinthians e ex-treinador da equipe sub-20 do clube. Ele, inicialmente, terá Fabinho como auxiliar - o ex-jogador, assim, mantém a função anterior.
Ainda não está definida se haverá a chegada de mais um integrante para essa posição. Andrés afirma que vai se reunir com Osmar Loss durante o período sem jogos em virtude da Copa do Mundo para definir a nova composição da comissão. O Corinthians não descarta usar integrantes da própria base e de departamentos como o Cifut para preencher o espaço.
Na preparação física, o Corinthians terá, por ora, Fabrício Ramos como o preparador físico. O ex-auxiliar de Walmir contará com a companhia de Shin Chien Chan Junior e Flávio Grava, filho do médico Joaquim Grava e que trabalhou no campo na última quarta-feira.
Depois da saída de Fábio Mahseredjian, o clube alvinegro demorou algumas semanas para contratar um novo preparador e viu o mesmo trio seguir o trabalho físico. Ricardo Henriques chegou ao Parque São Jorge ao lado de Oswaldo de Oliveira, em outubro, três meses após Mahseredjian se juntar a Tite.
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