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Baixas e retrancas empurram Grêmio para 'regime de exceção' no time

Grêmio deve investir mais em bolas aéreas nos próximos jogos - REUTERS/Jorge Adorno
Grêmio deve investir mais em bolas aéreas nos próximos jogos Imagem: REUTERS/Jorge Adorno

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

22/05/2018 04h00

As goleadas em série deram lugar aos empates sem gols no Grêmio. O novo placar fechado contra o Paraná confirma que o Tricolor tem passado por dificuldades diante de rivais retrancados e esses problemas aumentam com as baixas recentes na formação. Sem Pedro Geromel, Arthur e Everton, a equipe de Renato Gaúcho pode entrar em uma espécie de regime de exceção, abrindo mão de características enraizadas no jogo coletivo do clube gaúcho.

Antes do 0 a 0 em Curitiba, o Grêmio empatou pelo mesmo escore com o Inter. Em ambos os jogos, o Tricolor se viu bloqueado por uma postura ultra defensiva do adversário.

Diante do Paraná, o Grêmio trocou 720 passes com 89% de acerto. Teve a posse de bola durante 47 minutos, somando os dois tempos, e deu apenas oito chutes, sendo dois deles no gol de Thiago Rodrigues. No Gre-Nal ocorreu fenômeno semelhante.

Entre uma rodada e outra do Brasileirão, o grupo de jogadores revelou orientações para o time passar a tentar mais cruzamentos, um primeiro passo no regime de exceção. A filosofia do Grêmio, desde os tempos de Roger Machado, é trabalhar a bola pelo chão, com toques curtos e progressão apoiada. Só que essas fugas do protocolo deverão se tornar mais recorrentes.

Everton, com lesão muscular, tirou do Grêmio o drible e a velocidade. Alisson, reserva imediato para os dois lados do meio-campo, também está fora de combate. Maicosuel entrou e não foi bem. Pepê veio na reta final da partida contra o Paraná e ajudou mais.

Arthur, outro com lesão muscular, fez o meio-campo do Grêmio perder a superioridade no setor. Com Jailson, o poder de marcação ficou maior, justamente aquilo que o time não precisava diante de um adversário que se ataca muito pouco e se expõe em raríssimos momentos.

Na zaga, até o presente momento, Geromel não fez falta. Convocado por Tite, ele foi liberado e só volta depois do Mundial. Bressan foi o primeiro a atuar ao lado de Kannemann e em um primeiro momento distingue-se pela saída de bola.

"Temos que somar o maior número de pontos até a Copa. Não podemos deixar o pelotão da frente ir embora. Mas isso não tem acontecido. O Grêmio disputou 18 pontos e ganhou 9. Todos fazem Copa do Mundo contra o Grêmio e o importante é ir até a Copa do Mundo no pelotão da frente. Depois recuperaremos nossos jogadores e será melhor para a gente", disse Renato depois do jogo com o Paraná.

Seja como for, o Grêmio até a Copa do Mundo deverá ficar menos tempo com a bola. Tem tudo para investir mais em jogadas laterais e pelo alto. Nesse caminho, a entrada de Jael é quase certa. O centroavante está se recuperando de lesão muscular e é aguardado para o jogo contra o Defensor-URU, pela Libertadores. Até em virtude da ausência de André, fora de lista de inscritos no torneio.