Associação de jornalistas de SP repudia frase de Carille sobre imprensa
A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp) emitiu nota de repúdio às declarações feitas por Fábio Carille neste domingo (20), após o empate com o Sport, nas quais o treinador do Corinthians fez críticas aos jornalistas que noticiaram o interesse do Al-Hilal, da Arábia Saudita, em sua contratação.
"Ao afirmar publicamente que 'grande parte da imprensa mente', o senhor Fábio Carille, jovem e promissor técnico de futebol, emite ele próprio um conceito equivocado, sem balizar suas declarações em dados concretos, números ou pesquisas, ou apresentar provas de sua opinião", diz a diretoria da associação.
Segundo a Aceesp, o fato de Carille descreditar a imprensa faz com que os elogios feitos por jornalistas ao seu próprio trabalho também sejam deslegitimados. "Se levada ao pé da letra, [a afirmação] colocaria em xeque a avaliação que grande parte da imprensa faz de seu trabalho, considerado moderno, sério, competente e vitorioso", acrescenta.
"Existem bons e maus profissionais em qualquer ramo de atividade, e o bom exercício do Jornalismo pede que as generalizações sejam evitadas, sob pena de se cometer injustiças. A Aceesp reforça ainda que o noticiário em torno de uma possível saída do senhor Fábio Carille do comando técnico do Corinthians ganhou vulto após entrevista concedida pelos pais do treinador a uma emissora de televisão, na qual os próprios pais do treinador falam sobre a existência de uma proposta", conclui a Aceesp.
Leia a nota na íntegra:
A ACEESP lamenta e repudia as declarações feitas pelo treinador do Sport Club Corinthians Paulista, senhor Fábio Carille, no último domingo, após o empate entre a equipe por ele dirigida e o Sport Club do Recife.
Ao afirmar publicamente que "grande parte da imprensa mente", o senhor Fábio Carille, jovem e promissor técnico de futebol, emite ele próprio um conceito equivocado, sem balizar suas declarações em dados concretos, números ou pesquisas, ou apresentar provas de sua opinião. A afirmação do senhor Fábio Carille, se levada ao pé da letra, colocaria em xeque a avaliação que grande parte da imprensa faz de seu trabalho, considerado moderno, sério, competente e vitorioso.
Existem bons e maus profissionais em qualquer ramo de atividade, e o bom exercício do Jornalismo pede que as generalizações sejam evitadas, sob pena de se cometer injustiças.
A ACEESP reforça ainda que o noticiário em torno de uma possível saída do senhor Fábio Carille do comando técnico do Sport Club Corinthians Paulista ganhou vulto após entrevista concedida pelos pais do treinador a uma emissora de televisão, na qual os próprios pais do treinador falam sobre a existência de uma proposta.
A Diretoria
Entenda a história
Horas depois de veículos de imprensa da Arábia Saudita recolocarem o português Jorge Jesus como favorito a assumir o Al-Hilal, o treinador corintiano Fábio Carille concedeu entrevista coletiva neste domingo (20), em Recife, e minimizou as possibilidades de saída do clube.
"Grande parte da imprensa, não todos, mente demais. Então, vou deixar bem claro. O que eu escutei do meu empresário: existe a possibilidade da chegada de uma proposta. Não chegou nada de oficial. Não sei se vai chegar", acrescentou.
Recheada com críticas à imprensa, a manifestação de Carille contradisse declarações do próprio pai, Joaquim.
Na última quarta, ele afirmou ter recebido contato do filho, que estava com o Corinthians na Venezuela, para falar sobre a possibilidade de se mudar ao Al-Hilal. "Ele me falou que era uma boa proposta. Ele não me falou valores, mas que era uma boa proposta que poderia ser tratada como irrecusável", explicou Joaquim Carille ao UOL Esporte na quinta-feira passada.
Além do pai, Fábio também levou o tema à direção do Corinthians para que estivesse ciente. O presidente Andrés Sanchez avisou que não poderia cobrir a proposta, que mais que triplica os rendimentos de Carille no clube. Ele hoje ganha algo em torno de R$ 300 mil, mas na Arábia os valores são de R$ 1,05 milhão por mês, livre de impostos.
Ex-jogador do Corinthians, o volante e hoje empresário Magrão é quem atua como intermediário na negociação que ganhou força no começo da última semana. Ao lado do sócio argentino Juan Ignacio Piedra, que vive na Ásia e se notabilizou por levar jogadores sul-americanos ao Oriente Médio, como Everton Ribeiro, Thiago Neves, Valdívia e Denílson, Magrão idealizou o negócio que foi tornado público pelo próprio Al-Hilal na última terça.
Enquanto o empresário Paulo Pitombeira, representante de Carille, aguarda pelo envio de um acordo oficial, advogados especializados em transferências internacionais foram mobilizados para dar suporte nas tratativas. André Ribeiro e Breno Tannuri assessoram o treinador do Corinthians nas conversas com o Al-Hilal, que apresentou, via intermediários, os valores e condições de trabalho que fizeram Fábio se inclinar para, caso isso se tornasse oficial, responder 'sim', como admitiu a seu pai na terça.
Como mostrou o UOL Esporte no último sábado, Carille também fez ligações para pessoas que conhece do futebol e já trabalharam anteriormente na Arábia Saudita. À espera de algo oficial, também traçou planos para que o preparador físico Walmir Cruz e o auxiliar Leandro da Silva fossem consigo à Ásia - os nomes de Mauro da Silva, observador, e Mauri Lima, preparador de goleiros, também foram mencionados nessas conversas.
Antes de tornar público o nome de Carille, o Al-Hilal chegou a fazer uma oferta para o português Jorge Jesus, que inicialmente disse 'não'. Os eventos da última semana no Sporting, com invasões de torcedores à sede do clube e agressões a atletas, porém, desencadearam uma crise interna na equipe de Lisboa que recolocaram seu nome na pauta dos árabes.
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