Rivalidade extrapola o campo e promete dérbi até mais tenso que final

O clássico deste domingo (13) entre Corinthians e Palmeiras é, no papel, apenas um jogo da quinta rodada do Campeonato Brasileiro. Mas o reencontro entre os rivais na Arena Corinthians, o primeiro depois da polêmica final do Paulistão, tem todos os elementos de uma rivalidade que extrapolou o campo para ser um dérbi ainda mais tenso do que a própria decisão do Estadual, na qual um título estava em disputa.
Se em um passado recente a animosidade entre os times era limitada ao gramado, com provocações de jogadores e rixas pessoais como as de Felipe Melo e Clayson, ela agora alcançou novas proporções. Tanto que, mesmo com os dois jogadores citados fora do jogo de domingo - o palmeirense está suspenso, e o corintiano, machucado -, a carga emocional que o dérbi carrega promete ser a maior dos últimos tempos.
Para o Palmeiras, o Campeonato Paulista ainda não acabou. O time trava uma batalha judicial para impugnar a final, que terminou com triunfo do Corinthians nos pênaltis, alegando que houve interferência externa na decisão do árbitro Marcelo Aparecido de voltar atrás na marcação de um pênalti sobre Dudu, após oito minutos de jogo parado e confusão.
Do outro lado, o presidente corintiano Andrés Sanchez tem elevado a temperatura ao falar sobre supostas desavenças no vestiário do rival, que o Palmeiras tem ignorado. Além disso, o departamento jurídico corintiano trata a possibilidade de o time perder o título paulista nos tribunais como "descartada".
Rompido com a Federação Paulista de Futebol, o Palmeiras tem adotado a postura de blindar o elenco da situação extracampo. O técnico Roger Machado repetiu mais de uma vez em sua coletiva na última sexta-feira que o clássico de domingo não pode ter relação com a final do Paulistão ou com a polêmica extracampo. "É outro jogo. Entramos com o sentimento de conquistar três pontos. O que passou ficou para trás", frisou.
No time alvinegro, o discurso foi semelhante, com jogadores como Maycon, Gabriel e Romero minimizando o peso da polêmica do estadual. "A gente sempre comenta e sabe o que eles estão pedindo (impugnação). Estamos bem tranquilos aqui no Corinthians porque saímos campeões, na nossa opinião foi tudo certo. Já faz um mês e pouco que o Paulista acabou. Temos outros objetivos agora", disse Maycon.
Entre os torcedores, no entanto, a situação não acompanha o discurso oficial. Provocações de corintianos a palmeirenses têm invadido as redes sociais desde a final, e o clima para o reencontro um mês depois é de "tira-teima" entre os arquirrivais. O lado alviverde considera que o título paulista foi tirado ilegalmente do clube e espera uma desforra, enquanto os alvinegros atacam o "choro" e acusam o rival de mau perdedor.
Em meio a tudo isso, os jogadores têm sobre si a tarefa quase impossível de não deixar o ambiente pesado interferir no campo e tratar o jogo apenas como mais um clássico importante. Assim que a bola rolar no domingo, às 16h, na Arena Corinthians, será possível sentir se esse discurso será efetivamente colocado em prática.
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