Reforço para a zaga é trauma para Atlético-MG desde Otamendi em 2014

Já faz um bom tempo que o alto número de gols sofridos pelo Atlético-MG é algo que preocupa bastante. A defesa é o setor mais contestado pela torcida, que há muito tempo aguarda por uma contratação capaz de chegar e pelo menos amenizar o problema. Felipe Santana que rescindiu nessa quarta-feira (25) foi mais uma tentativa frustrada. Desde Otamendi, que chegou à Cidade do Galo em fevereiro de 2014, nenhum outro zagueiro contratado conseguiu jogar sem a desconfiança da torcida. Assista aos melhores momentos de Atlético-MG x San Lorenzo.

O último que chegou para a posição foi Juninho, emprestado pelo Palmeiras até o final do ano e com os direitos fixados. O desejo do jogador revelado pelo Coritiba é acabar com essa sequência de zagueiros contratados que não se firmam no Galo, para que possa ser comprado pelo clube mineiro depois do Brasileirão.

“As coisas lá não andaram como queria. Mas isso tenho de deixar para trás, tenho que me impor aqui dentro e no dia a dia é mostrar para o professor que tenho condições de jogar. Vim para ajudar, para somar e isso é muito bom para mim”, disse o defensor, que ainda não estreou, portanto, não faz parte da lista dos zagueiros contratados que não se firmaram com a camisa alvinegra.

Otamendi ficou no Atlético por apenas quatro meses, foram somente 19 partidas, entre Campeonato Mineiro, Copa Libertadores e Campeonato Brasileiro, e um único gol anotado. Foi pouco, mas suficiente para fazer a torcida alvinegra ter saudades até hoje. O argentino passou pelo Atlético emprestado pelo Valência, da Espanha.

Desde a contratação do zagueiro que hoje é titular do Manchester City e considerado um dos melhores da posição em todo o mundo, o Atlético não acertou mais na busca por zagueiros. Foram sete contratadores nos últimos quatro anos, sem contar com Juninho, o último defensor a chegar na Cidade do Galo e quem nem sequer jogou ainda. Entre os reforços, nenhum ocupou a posição sem deixar dúvidas ou sem conseguir evitar os questionamentos.

Edcarlos, Tiago, Erazo, Ronaldo Conceição, Felipe Santana, Matheus Mancini e Iago Maidana foram os jogadores contratados para a defesa nesse período. Mesmo com tantos nomes, o capitão Leonardo Silva segue absoluto, mesmo perto de completar 39 anos.

Entre os nomes citados, Edcarlos foi quem ficou por mais tempo na Cidade do Galo, mas nunca como dono absoluto da posição. Titular eventualmente, ele chegou a ser até a quarta opção do setor. Já quem teve o maior período como titular foi o equatoriano Erazo, que também não convenceu e atualmente está emprestado ao Vasco.

Tiago e Ronaldo Conceição também não estão mais na Cidade do Galo e não têm mais nenhuma ligação com o clube. Já Matheus Mancini e Iago Maidana são algumas das opções do técnico Thiago Larghi. Mas ambos, neste momento, não estão entre as preferências do treinador. Inclusive, Mancini deve ser emprestado. O Coritiba foi um dos clubes que já demonstraram interesse no zagueiro, que nem sequer estava inscrito na Copa Sul-Americana, competição da qual o alvinegro foi eliminado nessa quarta-feira ao empatar sem gols com o San Lorenzo.

Jogadores da base aproveitam o momento

Se a diretoria não acerta na contratação de um zagueiro, os garotos revelados pelo Atlético estão aproveitando o momento. O primeiro a se dar bem foi Jemerson, que virou titular do Galo no segundo semestre de 2014 e só deixou o time após o Campeonato Brasileiro de 2015, negociado com o Mônaco, por quase R$ 50 milhões.

Espaço aberto para Gabriel, que foi incorporado ao elenco e poucos meses depois assumiu a titularidade. Já são quase dois anos dono da posição. Entre altos e baixos, o zagueiro segue na equipe, sempre alternando o companheiro no setor.

Depois de Jemerson e Gabriel, Bremer é a bola da vez. Campeão da Copa do Brasil sub-20 no ano passado, logo o jovem zagueiro ganhou espaço na equipe principal. Já são 21 partidas e a confiança da torcida é maior do que com muitos dos reforços contratados para o setor nos últimos anos.