Inter sustenta Odair por rendimento, mas vê crescer pressão por mudança

O Internacional não pretende demitir o técnico Odair Hellmann. A avaliação inicial da direção é que o time tem mostrado rendimento regular na maioria dos jogos e a dura sequência inicial pesou na falta de resultados do momento. No entanto, a pressão nos bastidores do clube é grande e pode se tornar insustentável com o clássico Gre-Nal de sábado.

Há inúmeras vozes no ambiente interno do Internacional que pedem mudança não só na comissão técnica, mas no departamento de futebol. Em ano eleitoral, vários movimentos políticos que antes faziam parte da base aliada à gestão estão mudando de lado de olho numa troca de comando em dezembro.

Em meio a este turbilhão político, os dirigentes são bombardeados de opiniões. Dos pedidos de demissão sumária de Odair Hellmann à queda de Roberto Melo, vice de futebol, e Jorge Macedo, diretor executivo, todo tipo de pressão, seja interna ou até pública, afetam o Inter.

A torcida, por sua vez, mostra-se totalmente insatisfeita. Na chegada da delegação a Porto Alegre após a derrota para o Flamengo, aproximadamente 15 aficionados não importaram-se com o horário e foram ao aeroporto protestar. Há 15 dias, cerca de 50 esticaram faixas e reclamaram muito durante um treinamento no CT Parque Gigante.

Conforme apurou a reportagem do UOL Esporte, no entanto, a direção do Internacional não pretende trocar o comando imediatamente. O rendimento nas partidas recentes, mesmo sem vencer há quatro jogos (três do Brasileiro e um da Copa do Brasil) é considerado regular e com perspectiva de evolução.

Pesa contra a demissão, ainda, a semana em que tal pressão está inserida. O Inter encara o Grêmio no sábado e a troca de treinador poderia ter reflexo amplamente negativo. A lição é de 2015, quando o Colorado demitiu Diego Aguirre às vésperas de pegar o Grêmio e viu Odair, então auxiliar, comandar o time em uma goleada marcante, por 5 a 0.

Por outro lado, uma derrota para o Grêmio pode tornar a situação insustentável. Até porque de três clássicos neste ano, o Inter perdeu dois e ganhou um, sendo eliminado do Gauchão em casa nas quartas de final. A solidez proposta até o momento depende do próximo sábado.

A direção do Inter deixou claro que mudanças de comando não lhe agradam. Desde a campanha à presidência tratou a sequência de trabalho como pilar para o sucesso. De toda forma, já promoveu alterações duas vezes em pouco mais de um ano de gestão. Começou com Antonio Carlos Zago, que foi substituído por Guto Ferreira, que por sua vez deu lugar a Odair Hellmann.

Nesta terça-feira o elenco do Inter se reapresenta e começa preparação para o jogo da quinta rodada do Brasileiro.