Após saída de Fred Lopes, 13 vices renunciam e ampliam racha no Vasco
Depois da saída de Fred Lopes da vice-presidência de futebol nesta sexta-feira, mais 13 vice presidentes entregaram seus cargos no Vasco nesta sábado. Em carta divulgada pelo grupo Identidade Vasco, que era a principal base de apoio do presidente Alexandre Campello, Aníbal Rouxinol, Celso Monteiro, Fabrício Azevedo, Felipe Videira, Luiz Ferreira, Luiz Gustavo, Mauro Ferreira, Orlando Marques, Paulo Cesar Resende Moreira, Renato Romero e Salvador Perrella apresentam sua renúncia irrevogável e reiteram o fim do apoio ao mandatário.
É citada como estopim uma fala de Campello nesta sexta-feira, dizendo que “parte do Identidade Vasco está incomodada com a transparência”. “Isso é falso. O grupo Identidade Vasco tem, todos os seus membros, total compromisso com a transparência, mas desde que seja uma transparência real e não apenas um recurso de propaganda para fora. Também temos total e primordial compromisso com o Vasco. Tampouco temos qualquer apego a cargos se estes cargos não estiverem a serviço de um programa coletivo, diz o comunicado.
Mentor do “Identidade”, o presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, já não falava a mesma língua de Campello há tempos. Influente nos bastidores cruzmaltinos e com diálogo aberto com o ex-presidente Eurico Miranda e outras figuras importantes, ele já prometeu dificultar a vida do atual mandatário entre os conselheiros.
Com a ameaça de debandada, já há quem conte que Campello terá agora menos de 10% das cadeiras do Conselho (cerca de 20 num cenário de 300). Esta situação impacta diretamente na aprovação de propostas e sugestões criadas por ele.
Um dos pontos que causaram o estopim da crise no futebol - com Fred Lopes - foi a venda de Paulinho para o Bayer Leverkusen, quando o presidente vascaíno tratou individualmente a negociação com os alemães, algo que enfureceu não só o vice de futebol como também o vice de finanças, Orlando Marques, que ainda não teve acesso a maiores detalhes e documentos financeiros da transação.
Orlando ainda se revoltou com a decisão de Campello de divulgar o balanço patrimonial - e demonstrativos financeiros - de 2017 sem apresentá-lo ao vice de finanças antes. O relatório detalhado que expõe a gestão de Eurico Miranda caiu mal no grupo “Identidade Vasco” - do qual Orlando faz parte. A “independência” de Campello no caso incomodou.
Os agora rivais políticos do presidente criticam também a relação à portas fechadas com o empresário Carlos Leite, que agencia Paulinho e outros atletas do elenco e que já emprestou cerca de R$ 30 milhões ao Vasco.
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