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Campello prestará queixa por invasão ao Vasco e não descarta "sabotagem"

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/05/2018 13h56

O presidente do Vasco, Alexandre Campello, concedeu entrevista coletiva após o episódio de invasão ao treino do Vasco na manhã desta sexta-feira em São Januário. O dirigente informou que irá à delegacia prestar queixa nesta tarde e não descartou a possibilidade de que o clube tenha sido “sabotado”, uma vez que já tinham a informação de que poderia ocorrer o protesto e, mesmo com a determinação para que reforçassem a segurança, o gramado foi invadido pela megaloja cruzmaltina.

“Ontem à noite recebi algumas informações sobre a possibilidade de manifestação e tomei o cuidado de conversar com a comissão. Pensamos em mudar o local do treino, mas em função do curto espaço de tempo, poderíamos comprometer a logística e resolvemos manter o treinamento. Tomei o cuidado de pedir ao responsável da segurança que tomasse cuidado com os acessos, que fosse dada toda a segurança a jogadores e comissão técnica e que a PM fosse comunicada. De manhã liguei, conversei e a informação que me passaram é que estavam monitorando. E aí me surpreendeu que, diante de todos os cuidados, eles (organizada) tiveram acesso ao campo”, disse.

Vídeos que circulam na internet mostram um segurança sacando uma pistola prata para conter os torcedores. Alguns membros de organizada também acusam de terem sido efetuados disparos para o alto. Porém, Campello - que estavam em sua clínica particular de ortopedia durante o protesto - ainda não confirma o fato:

“Também ouvi dizer sobre arma, tiro... A atitude que o clube vai tomar é sair daqui e ir na delegacia para que a polícia apure todos esses fatos”, disse o presidente, complementando: “O clube tem segurança. Se é policial e anda armado, acho que não deveria (dar tiros)”.

O dirigente salientou também que não possui uma relação estreita com organizadas e não concede ingressos a ela. Lembrou, sem citar nomes, da situação de irregularidade de algumas, como a principal, a "Força Jovem", que está suspensa das praças esportivas pelo Ministério Público desde 2013.

Questionado se o diálogo restrito com estes grupos pode ter influenciado no protesto, Campello deixou em aberto a possibilidade:

"Pode ser que tenha. Eu acho que essa não é a função do presidente (conversar com organizadas). Tem pessoas para isso. Há pessoas que interagem com as torcidas. Primeiro, para que elas tenham voz, devem estar legalizadas perante ao Gepe (Polícia Militar em estádios) e às instituições. A declaração que dei a eles foi que, antes de tudo, se tornem legais. Também informei essas pessoas que o clube não tomaria nenhuma atitude contraria às determinações do Ministério Público e o Profut. E isso não vai mudar independente de manifestações".

Em meio ao clima tenso, o Vasco enfrenta o América-MG, neste sábado, às 19h, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro. Alexandre Campello informou que pedirá um reforço na segurança.