Imerso em polêmica na eleição, agente faz maior negócio corintiano em 2018
Personagem muito presente nos bastidores do Corinthians nos últimos dez anos, período em que participou de mais de 20 operações de chegada e saídas de atletas do clube, o empresário Carlos Leite voltou recentemente à cena do Parque São Jorge por dois fatos distintos. Imerso em polêmica eleitoral por R$ 200 mil que se tornaram motivo de processo na comissão eleitoral do clube, Leite também é responsável pela maior compra dos corintianos nesta janela.
Foi em junho, durante Vasco 2 x 5 Corinthians, que começou a amadurecer a transferência de Mateus Vital para o Parque São Jorge. Então revelação vascaína, o jovem de 20 anos impressionou pela atuação e se tornou pauta em reunião entre dirigentes corintianos e Carlos Leite. Em janeiro, já na reta final da administração Eurico Miranda em São Januário, Vital se tornou reforço do Corinthians por R$ 8 milhões - o negócio envolve 85% de direitos econômicos.
Naquele momento, junho de 2017, a intenção do Corinthians em encontro com Leite era não apenas um negócio que envolvesse Mateus Vital, mas também atender a um pedido de Fábio Carille pela volta de Anderson Martins, que acabou por fechar com o Vasco. Mesmo assim, no fim do ano, a possibilidade de adquirir Anderson seguiu viva, mas uma melhor oferta levou o zagueiro ao São Paulo. Vital, por outro lado, é uma esperança corintiana para essa temporada.
Episódio eleitoral causa desgaste para empresário
Na política, ao longo do mesmo período recente, o nome do empresário esteve presente. Presidida pelo desembargador Miguel Marques e Silva, a comissão eleitoral apurou denúncias de que Carlos Leite enviou um cheque de R$ 200 mil ao Corinthians para refinanciar eleitores em situação irregular. O agente negou o fato e sustentou que havia feito um empréstimo para o clube, que por sua vez disse desconhecer uma operação dessa natureza.
"O pessoal desconfiava em denúncias que recebemos, mas não conseguimos um elo entre o depósito de R$ 200 mil e o [candidato] Andrés [Sanchez]. Também nos foi falado sobre um segundo depósito de R$ 300 mil, mas não conseguimos essa ligação", disse Miguel ao UOL Esporte. Mesmo assim, o órgão tomará algumas providências.
"A comissão não tem poder de investigação e apuração, mas o caso vai ser encaminhado para a Comissão de Ética, que tem atribuição de punição e expulsão [dentro do Conselho]. O que vou propor é que esse fato deve ser encaminhado para a Receita Federal para que ela apure o caminho desses recursos", complementou Miguel.
Além de funcionários e personagens da política do Corinthians, caso do ex-diretor de futebol Eduardo Ferreira, a Comissão gostaria de ter ouvido o próprio Carlos Leite, mas ele alegou compromissos durante a janela de transferências para não comparecer no clube. Ferreira, por sua vez, apresentou documentos e comprovantes para sustentar que não teve participação no caso. A possível impugnação dele acabou não sendo levada adiante.
Empréstimos frequentes entre Corinthians e Carlos Leite
Representante de Mano Menezes quando o treinador trocou o Grêmio pelo Corinthians, no fim de 2007, Carlos Leite ganhou espaço no clube ao coordenar outros negócios na sequência, como as vendas de Cristian e André Santos para a Turquia. A primeira polêmica se deu ao realizar empréstimos para o clube contratar a dupla Eduardo Ramos e Wellington Saci, destaques no futebol goiano. O procedimento se repetiu na chegada de Elias, da Ponte Preta.
Nas gestões de Sanchez, Mário Gobbi e Roberto de Andrade, aderir a empréstimos com Leite para realizar o pagamento de dívidas emergenciais ou até mesmo salários se tornou prática frequente e registrada em balanços patrimoniais.
Desde que Andrés Sanchez se tornou presidente do Corinthians, em 2008, Carlos Leite trabalhou em transferências de pelo menos 19 jogadores corintianos: André Santos, Cristian, Eduardo Ramos, Wellington Saci, Elias, Morais, Souza, Wallace, Romarinho, Cássio, Gil, Renato Augusto, Fagner, Anderson Martins, Camacho, Bruno Paulo, Wanderson, Fellipe Bastos e Mateus Vital. Além disso, ele trabalhou com os treinadores Mano Menezes e Cristóvão Borges.
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