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Campello quer reformar estatuto do Vasco e implementar eleição direta

Alexandre Campello toma posse como novo presidente do Vasco - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Alexandre Campello toma posse como novo presidente do Vasco Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/01/2018 07h37

O grupo político de Alexandre Campello, que assumiu oficialmente a diretoria do Vasco na noite desta segunda-feira (22), coloca como um dos objetivos prioritários da gestão reformar o questionável estatuto do clube, que não tem uma modificação relevante desde 1979 e que teve papel importante em contribuir ainda mais com toda a confusão que ocorreu na eleição cruzmaltina. Um dos principais pontos da mudança é a proposta de votação direta.

Atualmente, o pleito funciona da seguinte forma: uma eleição é feita onde os sócios votam na chapa que deve comandar o clube no próximo triênio. O grupo vencedor indica 120 conselheiros e o perdedor, mais 30. Estes 150 se juntam a outros 150 considerados natos e os 300 elegem o novo mandatário.

Segundo o presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, a proposta é de se conhecer o futuro presidente já na eleição entre os sócios, sem precisar passar por um colegiado restrito.

Roberto Monteiro é o novo presidente do Conselho Deliberativo do Vasco - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Roberto Monteiro é o novo presidente do Conselho Deliberativo do Vasco
Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

“Existe da nossa parte um entendimento de que isso é prioritário. Já conversamos com as forças políticas do Vasco sobre essa agenda. Obviamente que nós vamos apresentar e cada um é responsável por suas posições que serão públicas. Neste sentido, vamos fazer algo com muita transparência e serenidade. O objetivo é aproveitar o momento que há um canal de diálogo no poder do clube no Conselho dos Beneméritos (Eurico Miranda é o presidente desta pasta) e essa transição pode facilitar um entendimento”, declarou ao UOL Esporte.

Coincidentemente, o mesmo Roberto Monteiro foi quem apresentou essa proposta em meados de 2013, ainda na gestão Roberto Dinamite. Na época, porém, a reforma não foi aprovada.

“Não tinha correlação de forças naquela época para votar. Contaminou um ambiente político e eleitoral, as forças políticas entenderam não aceitar a reforma naquela momento para não dar vitória para A ou B, mas hoje acho que, se trabalhar um ambiente de diálogo, principalmente com aqueles que têm grande parcela de votos dentro do colégio eleitoral, que são os membros natos do conselho, poderemos fazer entender que é um novo momento do Vasco e que isso é importante”, disse Monteiro.

Apesar do otimismo, o dirigente novamente deverá encontrar dificuldades, uma vez que o Conselho Deliberativo do Vasco está rachado por conta de toda a confusão da eleição vascaína.

“Sabemos que hoje há uma divisão entre os conselheiros eleitos, mas se conseguirmos um diálogo onde se mostre que isso pode beneficiar o Vasco, o clube só terá a ganhar e irá se modernizar na medida em que se modernizam suas peças de regulamento”, avaliou.

Para realizar a reforma estatutária, faz-se necessário primeiramente criar uma comissão. Ela precisa documentar a proposta e levar ao Conselho Deliberativo para votação onde é obrigatório um quórum alto de presença. Aprovada, convoca-se uma Assembleia Geral extraordinária.

Torcida cobra eleições diretas em nota

Uma das torcidas mais influentes do clube atualmente, a Guerreiros do Almirante exigiu em nota oficial eleições diretas após o próximo triênio. Diz o trecho: "(...) O atual presidente do Vasco foi legalmente eleito, respeitando estritamente o que diz o Estatuto. No entanto, é preciso pensar o futuro e isso passa por ampliar a participação do torcedor vascaíno nesse processo, nesse sentido defendemos: Eleições diretas já! (...)".