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São Paulo terá Ricardo Rocha no apoio a Raí para gerir o futebol

Do UOL, em São Paulo (SP)

28/12/2017 10h33

Ricardo Rocha está de volta ao São Paulo. Após 26 anos do título do Campeonato Brasileiro de 1991, o ex-zagueiro agora fará parte da gestão do departamento de futebol, auxiliando o diretor-executivo Raí na pasta. O anúncio foi feito pelo Tricolor na manhã desta quinta-feira. Assim, Ricardo deixa o cargo de comentarista que ocupava no canal fechado SporTV.

"Atuei com o Ricardo Rocha tanto na Seleção Brasileira quanto no São Paulo, e tenho extrema confiança nele. Tenho certeza de que ele tem muito a contribuir no dia a dia dos atletas e da comissão técnica. Ele é o primeiro nome que indico e fará parte da nossa nova equipe permanente no CT da Barra Funda", explicou Raí.

Além do título nacional como são-paulinos, Raí e Ricardo Rocha também estiveram juntos na seleção brasileira durante a Copa do Mundo de 1994. Agora, a parceria será reeditada para gerir o futebol do Tricolor. Pesa a favor do ex-zagueiro o perfil agregador e o bom trato pessoal. O cargo tem a nomenclatura de coordenador de futebol.

Ricardo Rocha e Raí são amigos há três décadas - Divulgação - Divulgação
Ricardo Rocha e Raí prometem uma retaguarda forte aos atletas
Imagem: Divulgação

"Raí me procurou e tivemos uma conversa. Gostei do que ele me apresentou. Claro que eu estava cômodo na televisão, mas pensava em voltar um dia para o campo. Ele expôs o que queria, de resgatar a grandeza do que acreditamos ser o São Paulo. Eu acredito, a começar pelo Raí, ao lado de Rogério Ceni o maior ídolo do São Paulo. É uma pessoa de caráter e índole importantes. A amizade sempre existiu, sempre nos falamos e agora veio esse convite. Estou feliz de voltar a uma casa que conheço muito bem e onde tenho história", disse Ricardo à SPFCtv.

Montar uma equipe maior para administrar o futebol era um dos objetivos iniciais de Raí, que entrou para a diretoria no início do mês para substituir Vinicius Pinotti. A chegada de Ricardo Rocha não impede, por exemplo, que Diego Lugano também integre o departamento de futebol, como havia sido sugerido pelo próprio Pinotti anteriormente.

O ídolo uruguaio, inclusive, declarou ao jornal "El Observador", de Montevidéu, que considera seriamente a possibilidade de atuar entre a diretoria e a comissão técnica do São Paulo. A missão de Lugano seria mais ligada aos jogadores, enquanto Ricardo Rocha seria o elo com Raí e outros dirigentes.

"O convite tem vários aspectos. Tem o trabalho de campo do Dorival, mas eu serei um elo entre campo e direção. E tem meu conhecimento de futebol, de três anos e meio na imprensa, conhecimento fora de campo, conhecendo muita gente no Brasil e fora. O relacionamento não é só em campo, motivando jogadores, mas fora também. Precisa resgatar a autoestima dos jogadores, a vontade de ser campeão, de trabalhar. A alegria do dia a dia. O clima conturbado fora de campo afeta em campo", alertou.

Time de 1991 do São Paulo com Ricardo Rocha e Raí - Nelson Coelho/Divulgação - Nelson Coelho/Divulgação
Time de 1991 do São Paulo com Ricardo Rocha, de bigode, e Raí
Imagem: Nelson Coelho/Divulgação

Como jogador, Ricardo fez somente 70 jogos em dois anos pelo Tricolor, mas conquistou três títulos - o Brasileiro e mais dois Paulistas - e ganhou espaço na galeria de ídolos do clube.

Relação com Leco

Pouca gente sabe, mas o presidente Leco era o diretor quando o Juvenal (Juvêncio, mandatário da época) me contratou em 1989. Ele que me buscou em Portugal. E tudo isso mexeu comigo. A volta ao São Paulo é um desafio e eu gosto de desafios, por tudo o que o clube tem passado. E uma vez falei quando saí para o Real Madrid, quando me perguntaram sobre o clube. Eu falei: "A estrutura do São Paulo em 1991, quando saí, era melhor que o Real Madrid".

Torcida

A torcida foi um ponto positivo neste ano, além do segundo turno em campo dos jogadores. O apoio da torcida os jogadores não podem deixar passar. Eles acreditaram e trouxeram momentos belíssimos e precisamos resgatar isso. 

Projeção

Não é serei o melhor ou o pior, mas os jogadores precisam ter confiança em mim. Eles vão me conhecer no dia a dia. Eu não gosto de prometer nada, só a vontade e a alegria enormes de vir trabalhar. Pelo convite do presidente que me trouxe quando jogador e do amigo Raí, que fez um convite que mexeu comigo. Eu acredito em tudo o que ele falou, que está com uma vontade enorme e sabe o que é o São Paulo; E eu também conheço muito bem. Venho muito, muito motivado. E estarei atento a tudo, dentro de minhas limitações, estarei com ele para cumprir da melhor maneira possível. Ajudarei a resgatar o São Paulo. Espero passar essa motivação a eles. Prometemos trabalho para brigar por títulos.