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Técnico já mandou seu time ignorar Pelé e virou piada. Mas deu certo

Pelé arrisca chute de direita em jogo pelo Santos - Folha Imagem
Pelé arrisca chute de direita em jogo pelo Santos Imagem: Folha Imagem

Do UOL, em São Paulo

20/12/2017 04h00

Como parar o Santos de Pelé em um jogo oficial na década de 1960? Ignorando justamente Pelé. A estratégia parece no mínimo irresponsável, mas foi adotada por um técnico argentino. E, para surpresa de muitos, incluindo seus próprios jogadores, funcionou.

O adversário em questão era o Racing, campeão da Libertadores de 1967 com uma geração que ficou conhecida como “Equipo de Jose”, em referência a seu treinador, Juan Jose Pizzuti. A equipe também faturou o Argentino de 1966 e bateu o Celtic, da Escócia, no Intercontinental de 1967.

No fim de 1969, Santos e Racing se enfrentaram pela Recopa dos Campeões Intercontinentais pelo quadrangular da zona sul-americana. No primeiro, na Argentina, vitória dos anfitriões por 2 a 1. Então, no duelo de volta, na Vila Belmiro, veio a tática arrojada de Jose Pizzuti: ignorar qualquer atenção especial a Pelé.

“Na preleção, não citei Pelé. Os jogadores se assustaram, até que me perguntaram: ‘e Pelé?’. Eu respondi: ‘Pelé vai jogar, é um deles. Mas não lhe deem importância’. Todos começaram a rir”, recordou Pizzuti.

Naquela época, Pelé já era uma estrela do futebol mundial por suas conquistas com Santos e seleção brasileira. No ano seguinte, comandaria o Brasil no tricampeonato da Copa do Mundo. Mesmo assim, o treinador do Racing o tratou como “mais um”.

“Com o tempo, aprendi que o pior que um técnico pode fazer é engrandecer os rivais. E no fim das contas deu certo, ganhamos como visitantes”, disse o treinador.

Atuando na Vila Belmiro, o Racing bateu o Santos por 2 a 0 naquela oportunidade, com Pelé em campo durante os 90 minutos. Para o treinador do Racing, Pelé era só mais um.