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Aval da torcida e liderança: o peso de D'Ale na reconstrução do Inter

D"Alessandro é importante além dos jogos para o Internacional em reconstrução - Ricardo Duarte/Internacional
D'Alessandro é importante além dos jogos para o Internacional em reconstrução Imagem: Ricardo Duarte/Internacional

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

18/12/2017 04h00

D'Alessandro vai além dos gramados. De contrato renovado com o Interancional, o camisa 10 terá ate 2019 para participar da reconstrução do clube. Ciente de seu peso, ele tem responsabilidades que não param na criação de jogadas aos atacantes do Colorado.

D'Alessandro é ídolo da torcida do Inter. Isso o faz ser cobrado e até festejado mais do que os companheiros. Se o time ganha ou perde, as explicações mais simples sempre tem no camisa 10 o centro. Mas o rendimento só será importante a partir dos jogos. E a responsabilidade já começou.

Cada palavra de D'Ale é atentamente ouvida pelos torcedores. É o representante do grupo, para o momento de crítica ou de resposta a rivais. É quem passa claramente os objetivos do clube, como figura ativa na construção deles. E começou a preparar os aficionados pelo processo de recuperação pelo qual o clube passará no futuro breve.

"A expectativa é seguir estruturando nosso clube. Chegando reforços, muito melhor. Sempre vai acrescentar qualidade ao time. Vamos continuar contribuindo para reerguer o Inter. Colocamos de volta no lugar que merecia, agora se manter será muito mais difícil", disse. "Não podemos pensar nada muito grande agora. Temos que ter humildade, pensar sem nenhuma dúvida em não correr riscos ano que vem, fazer um bom Campeonato Brasileiro, uma Copa do Brasil muito boa, Primeira Liga, Gauchão... Vamos brigar por uma classificação e vamos indo. Temos que ter humildade e o torcedor saber que não vamos entrar na Série A e ganhar todos os jogos. Não precisamos só jogar bem, mas adquirir muitas coisas para que o grupo cresça", completou.

Até mesmo na hora de firmar um técnico que trabalhará pela primeira vez como principal do clube, D'Ale é importante. O respaldo do comandante sobre Odair Hellmann mostra um ambiente positivo de trabalho e faz com que a torcida também tenha mais paciência para o início dos jogos.

"Eu vi que teve uma aceitação muito boa da torcida. Foi muito boa a escolha da direção. Isso já é bom. Ele foi interino e conseguiu resultados bons, trabalha bem, está estudando e tem que continuar, todos têm que fazer isso. Eu acredito que vamos pedir paciência mas o torcedor sabe. A Série A é muito mais qualidade que briga, que pancada, é muito mais qualidade que a Série B, vamos ter que mudar o chip novamente, como nós demoramos entrando na Série B neste ano e começamos mal, depois viramos, vamos ter que mudar, ter que saber que vamos encontrar na frente times que economicamente no Brasil estão muito fortes. E mesmo com elencos muito fortes continuam comprando porque economicamente tem bala na agulha. Então vamos ter que brigar, estamos para brigar com peixe grande, não tem problema. O Inter é muito grande, uma camisa pesada e vamos fazer de tudo para voltar a ver o Inter que o torcedor quer", completou.

Cartão de visitas do clube

D'Alessandro é, também, o 'cartão de visitas' do Inter. Tanto em jogos contra times distantes, ou com torcedores que ficam mais longe, e principalmente na chegada de novos profissionais. É quem recebe jogadores e introduz no grupo, é quem acompanha de perto os que querem ou não participar.

"Ficamos muito felizes pelo Odair. É um cara que conhece o Inter, que ama o Inter. É o tipo de profissional que gostamos de ter do lado", disse sobre o novo treinador. "Eu tenho a felicidade de ficar aqui e muita vontade de contribuir. Enquanto puder correr e estiver com a cabeça limpa para viver o clube, porque para jogar no Inter tem que viver o clube, chegar uma hora e meia antes, sair uma hora e meia depois... Eu gosto disso", completou.

E além das atribuições além do futebol, D'Ale segue fundamental nas movimentações técnicas e táticas do time. Foi líder em assistência na temporada passada, com 16. Aos 36 anos, esteve entre os que mais atuaram. Levou o time de volta para Série A e renovou até 2019.