Pilhado, CR7 venceu. Mas Romarinho, "de boa", faz bonito no duelo
Um duelo improvável entre o melhor do mundo contra um ídolo predestinado e folclórico do Corinthians. Duas personalidades tão contrastantes. Um ligado no 220 e o outro que de tão desligado não sente a pressão do jogo.
Cristiano Ronaldo é o rei e comanda o time. Faz qualquer esforço para chegar ao gol. Briga, xinga, gesticula e até soca a trave quando perde o gol. Enquanto isso, Romarinho parece de boa ali no círculo central dando aquela monitorada na situação. Só esperando uma oportunidade aparecer. No fim, os dois fizeram e marcaram, mas deu o mais provável. O melhor do planeta levou seu Real Madrid para a final e deixou o Al Jazira para trás.
Bastam poucos minutos de jogo para ver na prática o que todos sabem sobre Cristiano. Não para nem por um segundo. Chama o time, oriente, olha para o céu impaciente, se irrita com qualquer coisa que aconteça em campo. Uma cobrança de tiro de meta um pouquinho mais demorada é motivo para ele reclamar com o juiz. Reclama dos outros e dele mesmo. Socou a trave quando recebeu de Benzema e bateu de primeira, mas a zaga travou e goleiro defendeu. Isso com apenas 9 minutos de jogo.
Poucos minutos depois, o goleiro adversário sentiu uma lesão. Em um raro momento, até tomou uma água, conversou com Benzema, mas achou que já estava na hora do goleiro levantar e foi lá dar uma conferida. Se esforçou ao máximo para marcar e seguiu como sempre, loucamente atrás do gol, mas foi atrapalhado por um time desorganizado que não fazia a bola chegar até ele e pelas ótimas atuações do goleiro rival.
Enquanto isso, Romarinho estava tranquilo esperando uma chance aparecer. Enquanto seu time era pressionado, ficou quase o tempo todo no círculo central sendo acompanhado de perto por Casemiro. E é com esse jeito meio desligadão que mostra toda a sua frieza para concluir. Foi aos 40 minutos do primeiro tempo que ele recebeu na área pela esquerda, dominou e bateu no cantinho de Navas para marcar.
Ali, ele virou destaque do Mundial com dois gols e uma assistência. O que não é uma novidade para ele em torneio grande. O torcedor corintiano já conhece bem a estrela dele que marcou na final da Copa Libertadores contra o Boca Juniors em La Bombonera e se tornou algoz do rival Palmeiras.
O gol do time local levou a torcida à loucura e ele correu para o abraço com os companheiros. Mas um abraço demorado demais para Cristiano. Não escondeu a irritação com o gol. Mas sabia que precisava controlar o time. Pediu calma para todo mundo e tratou de apressar o reinício do jogo. Enquanto o Al Jazira ainda comemorava, foi sozinho até a linha lateral pegar a bola.
E Romarinho parece ter gostado da brincadeira. Apareceu bem mais algumas vezes e foi fundamental no lance do segundo gol que acabou anulado. De fato, os companheiros de time não estavam ajudando muito. Boussoufa fez o gol em contra-ataque rápido, mas estava impedido.
Mas Cristiano continuava irritado com o empate e não ia deixar barato. Não estar vencendo é mexer com a fera. Passou o início do segundo tempo bem bravo e assim que teve a oportunidade, aos 7 minutos, dominou após receber de Modric e chutou com força. Nem quis saber de comemorar. Saiu correndo para dentro do gol para pegar a bola e recomeçar o jogo.
No restante da etapa, os dois continuaram tentando, cada um à sua maneira. Quando tinha uma chance, lá estava Romarinho. Chegou com perigo pela esquerda, abriu espaço e soltou uma bomba na rede que saiu pelo lado de fora. Cristiano Ronaldo também se esforçava a cada lance e a cada vez que chegava na área. Mas quem decidiu mesmo foi Gareth Bale que entrou nos minutos finais e já marcou um gol.
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