Pai de Guerrero critica médicos e fala até em complô contra Peru

Do UOL, em São Paulo*

  • REUTERS/Mariana Bazo

O pai do atacante Guerrero, José, fez duras críticas aos médicos da seleção peruana e falou até na possibilidade de um complô para retirar o Peru da próxima Copa do Mundo. O jogador foi suspenso preventivamente por 30 dias e não disputará as partidas contra a Nova Zelândia pela repescagem que valem uma vaga no Mundial.

Em entrevista à "Rádio Nacional", do Peru, ele desabafou e acusou os profissionais do Peru de omissão. "Acho que o departamento médico deve assumir sua responsabilidade. É preciso ser transparente. Eles foram que receitaram os remédios, para que resistisse a um processo gripal. Agora lavam as mãos", disse.

Horas antes da entrevista de José, o médico Julio Segura negou que remédios contra a gripe tenham feito Guerrero ficar sob suspeita. "Ele teve um processo gripal, inclusive, teve uma inflamação na traqueia, mas pudemos recuperá-lo graças ao esforço que teve. Recebeu medicação, com antibióticos e analgésicos. Remédios que não têm nenhum problema com o doping", afirmou Segura.

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, Bichara Neto, um dos advogados contratados pelo jogador, admitiu que a substância encontrada na urina do atleta foi um metabólico de cocaína. A defesa atribui o aparecimento da droga à ingestão de chá de coca.

O pai de Guerrero negou a possibilidade de o filho ter usado cocaína. "Ele me disse que isso é uma mentira. Ele não conhece nem cocaína, nem maconha, nem nenhuma droga social", explicou.

José apontou que o corpo médico precisa apresentar dados sobre o tratamento do filho, colocando dúvidas sobre injeção que o jogador recebeu para combater a mucosidade nas vias aéreas, que dificultava a participação em treinos antes do jogo com a Argentina. "Suponho, mas não afirmo, que aplicaram efedrina. Essa substância está permitida, mas não em uma quantidade maior que dez microgramas. O médico deve ter seu relatório para dizer cada coisa que ministraram", apontou.

Sem apontar para possíveis responsáveis, o pai do atacante do Flamengo insinuou sobre uma existência de um complô para prejudicar a seleção do país. "Pode ser que haja alguém que não quer que o Peru vá ao Mundial. Tudo é possível", concluiu.

Como Guerrero vai se defender

Flagrado no exame antidoping na partida entre Peru e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o atacante Guerrero já tem definida sua defesa. O jogador do Flamengo contratou os conceituados advogados Marcos Motta e Bichara Neto, que já estão se debruçando sobre o caso e aguardam o resultado da contraprova.

Neto afirma que o metabólico de cocaína encontrado na urina do peruano é fruto do uso de chá de coca. O profissional garante que o atleta não fez uso intenso de nenhum produto proibitivo e está confiante no histórico do camisa 9.

"O que eles nos passaram é que se trata de um metabólico do chá de coca. Apenas isso. Vamos identificar a origem e preparar a defesa. Guerrero é um cara vivido, experiente, experimentado. Não fez uso intenso de nenhum proibitivo. Vamos esperar essa contraprova, que deve sair até o fim da semana, e organizar a defesa. É cedo para falar em prazos e punições, mas confiamos no histórico dele. Não houve má fé ou uso contínuo da substância. Após a contraprova, apresentaremos a defesa em alguns poucos dias", declarou Bichara Neto.

Cocaína pode agravar situação

Caso seja comprovado o flagrante de cocaína na urina de Guerrero, o jogador poderá ficar em situação ainda mais complicada. De acordo com informações do blog de Rodrigo Mattos, a pena poderá chegar a até quatro anos.

Se o jogador conseguir provar que não teve a intenção de ingerir nenhuma substância dopante, o atacante poderá amenizar sua sentença perante aos tribunais. 

* Com informações da agência EFE

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