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Cobrado no Santos, Levir diz que decisão por folgas é "problema dele"

Levir concedeu dois dias de folga ao elenco nesta semana e desgradou diretoria - MARCO GALVãO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Levir concedeu dois dias de folga ao elenco nesta semana e desgradou diretoria Imagem: MARCO GALVãO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

27/10/2017 04h00

O técnico Levir Culpi foi cobrado pela diretoria do Santos em relação à folga de dois dias que concedeu ao elenco nesta semana e não gostou. O UOL Esporte apurou que o treinador foi questionado sobre o assunto por dois dirigentes na última quarta-feira, no CT Rei Pelé, e foi enfático ao dizer que a decisão das folgas era um “problema dele”.

Na conversa, o treinador deixou claro que não aceitará interferência em sua metodologia de trabalho e, inclusive, disse para a diretoria procurar outro treinador caso esteja insatisfeita.

“Quem entende de folga sou eu, quem estudou para isso sou eu. Se vocês acham que eu dou muita folga, vocês contratem outro que dá menos folga”, disse Levir durante a reunião, segundo fonte ouvida pelo UOL.

A assessoria de imprensa de Levir não negou e nem confirmou a informação. Disse apenas que o treinador prefere tratar estes assuntos internamente e, por isso, não quis se pronunciar. No mesmo dia do encontro do técnico com os dirigentes, o presidente Modesto Roma esteve no CT Rei Pelé. O mandatário, no entanto, não entrou em rota de colisão com o treinador.

Questionado sobre o assunto em evento de lançamento do filme “Pelé – o nascimento de uma lenda” na última quarta-feira, Modesto Roma se esquivou e, como de costume, brincou ao responder se teria reprovado, ou não, o planejamento do treinador.

“Eu posso gostar, não gostar, eu converso com Levir, discuto situações como sempre discutimos. Temos relação franca e aberta. Ele tem os motivos, sabe das necessidades do elenco. O elenco vem de maratona forte, de três jogos por semana e precisa descansar. Esse momento se convencionou como 'pijama training'. A gente tem de respeitar e entender os aspectos fisiológicos, de preparação física dos profissionais”, disse o dirigente.

“Eu acho que o professor Levir não vai dar opinião na pauta da imprensa, mas a imprensa se vê no direito de formar opinião pública sobre o treinamento do Levir. Precisamos pensar na coisa de forma profissional. Temos de aprender a respeitar profissionais da área e não criar fatos”, concluiu.

O clima de bastidores está quente no Santos. Além dos conflitos entre diretoria e Levir Culpi, que foi demitido e readmitido na última sexta-feira após pedido dos jogadores, o lateral esquerdo Zeca não se apresentou ao clube nesta semana. Após dois dias de folga, ele não compareceu aos treinos de quarta e quinta-feira.

Por conta das polêmicas, o departamento de futebol vetou as entrevistas coletivas até o clássico contra o São Paulo, neste sábado, às 17h (de Brasília), no estádio do Pacaembu, válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.