Ele ficou paraplégico no futebol, apostou nos esportes e hoje é presidente

Era uma jogada normal. Atacante de ofício, Pietro Martire disputou uma bola pelo alto na entrada da área. Sofreu uma falta e caiu no gramado. No entanto, a queda foi grave e causou uma séria lesão na medula espinhal. Resultado: aos 25 anos, o jogador italiano perdia os movimentos do corpo da cintura para baixo.

Mas o que poderia significar sua saída do esporte teve o efeito contrário. Martire passou a estudar ainda mais futebol e se tornou treinador.

Além disso, passou a fazer esqui adaptado, especializou-se em saltos de paraquedas e disputou seis maratonas usando uma “handbike”, bicicleta pedalada com as mãos. Depois do lance ocorrido em 2004, ele se tornava um multiatleta.

“Muitos dizem que sou obrigado a ficar na cadeira, mas digo que graças a ela faço muitas coisas, como falar para crianças em escolas sobre inclusão. A cadeira de rodas me fez crescer”, disse ele ao “Corriere dello Sport”.

Mas o envolvimento de Martire não parou nos novos esportes nem na função de treinador. Neste ano, o italiano foi escolhido para ser o presidente do Camponogarese, justamente o time que ele defendia no dia em que ficou paraplégico. A equipe está na oitava divisão italiana.

A meta em campo, claro, é subir pelo menos duas divisões, mas Martire tem projetos mais ousados e pretende usar sua experiência neles.

“Quero ensinar aos jovens o valores da humildade, do respeito e do sacrifício. Minha ideia não é criar um campeão no futebol, mas um campeão na vida”, completou. Exemplo próximo não faltará para esses jogadores.