Ídolo do Vasco jogou em quase todas as posições e rejeitou Fla aos prantos
Alfredo II era muito vascaíno. A ponto de recusar assinar um contrato com o Flamengo por amor ao clube cruz-maltino. A decisão do polivalente jogador fez com que permanecesse no time do coração durante toda a carreira e o levasse para a Copa do Mundo de 1950.
A recusa ao Flamengo é retratada no livro “Contos da Colina: 11 ídolos do Vasco e sua imensa torcida bem feliz”, de Luis Maffei, Nei Lopes e Maurício Murad. No relato, Alfredo teria chorado ao se aproximar do contrato com o time rubro-negro, uma clara demonstração de seu amor pelo Vasco.
Com choro ou sem choro, o certo é o motivo da recusa ao Flamengo, em 1949: o amor pelo Vasco. Em seus 19 anos de carreira, a única camisa que Alfredo II vestiu diferente foi a da seleção brasileira.
Seu retorno ao Vasco em 1949 serviu de passaporte para a participação na Copa do Mundo de 1950. Em um elenco recheado de craques da época, Alfredo II atuou em apenas uma partida: empate em 2 a 2 com a Suíça, no Pacaembu. O polivalente jogador do Vasco precisou de apenas três minutos para abrir o placar para o Brasil.
Um ídolo temporal do Vasco
Apesar do amor pela camisa do Vasco, Alfredo II não chega a figurar no rol de grandes ídolos do clube. Presente no vitorioso “Expresso da Vitória”, que entre 1942 e 1952 conquistou 11 taças, era considerado uma espécie de 12º jogador de um elenco recheado de craques.
Walmer Peres explica que o polivalente jogador pode ser considerado um “ídolo temporal”, aqueles que conquistam a torcida, mas nem sempre ficam marcados por toda a história.
“Não sei se Alfredo II chega a esse patamar, mas ele foi um ídolo do Vasco naquele período. A concorrência era complicada. Ele poderia ser um dos ídolos, mas tinha muita gente à frente dele. Mas foi um craque daquele período, teve uma certa idolatria”.
Carioca, Alfredo II chegou aos amadores do Vasco em 1937. O “II” vem de “segundo”, justamente pelo fato de já ter um Alfredo no clube. No Vasco, jogou em quase todas as posições do campo, faltando apenas o gol, a zaga e a ponta-esquerda a serem preenchidas por ele.
Sua carreira profissional chegou ao final em 1956. Após pendurar as chuteiras, chegou a trabalhar no próprio Vasco. Alfredo II morreu em 23 de outubro de 1997, há exatos 20 anos. Recentemente, a torcida cruz-maltina exibiu uma bandeira em sua homenagem.
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