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Vilões? Agente conta outro lado do trabalho com jogadores de futebol

Taciano Pimenta, empresário de futebol, em visita ao Chelsea - Arquivo Pessoal
Taciano Pimenta, empresário de futebol, em visita ao Chelsea Imagem: Arquivo Pessoal

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

19/10/2017 04h00

A figura do empresário de futebol está cada vez mais desgastada entre os apaixonados pelo esporte. Os lucros volumosos transformam os agentes em vilãos. Mas há pouco conhecimento sobre o trabalho da classe.

Tudo começa buscando talentos promissores. Como a legislação brasileira não permite a assinatura de contratos, os representantes são quem desembolsam os valores para mantê-los.

"Aos 14 anos, eles começam a receber uma bolsa de formação. Mas você precisa custear o transporte. Normalmente, são garotos mais humildes. Então, a gente tem que dar auxílio com transporte, alimentação", contou Taciano Pimenta, ao UOL Esporte.

O gasto estimado com um atleta desta idade é de R$ 2 mil mensais. A quantia também pode ser elevada em caso de necessidades além do trivial.

"Existe um aumento, porque às vezes o atleta consegue uma avaliação em lugares mais distantes e precisamos pagar passagens aéreas. Às vezes, é preciso pagar passagem aérea, pousada, hospedagem... Por isso, é preciso ter uma renda alta para trabalhar com vários atletas", disse Taciano, responsável por trabalhar com .

A ideia de uma vida de luxo e sem dificuldades criada pelo público é para apenas uma pequena parcela dos atletas. Um relatório recente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aponta que 96% dos atletas recebem menos de R$ 5 mil por mês.

É este tipo de situação que exige a atuação do empresário. Taciano Pimenta fala sobre o caso. O agente é responsável por gerenciar as carreiras de Douglas Coutinho - atualmente no Atlético-PR - e Bruno Viana - do Braga, de Portugal. Ambos defenderam as cores do Cruzeiro.

Ele conta que briga pelo interesse de seus jogadores, mas sem entrar em discussões com os clubes:

"Procuro defender o atleta. Eu optei por tabalhar com atletas de qualidade e ter um relacionamento estritamente profissional para poder brigar pelo interesse do seu atleta. Relacionamento e credibilidade são importantes. É uma relação profissional. A gente precisa do clube, mas brigando pelos interesses do atleta".