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Ele já perseguiu ladrões, foi esquecido por seu time e acusado de 'migué'

Fayçal Fajr nasceu na França, mas defende a seleção do Marrocos - Juan Manuel Serrano Arce/Getty Images
Fayçal Fajr nasceu na França, mas defende a seleção do Marrocos Imagem: Juan Manuel Serrano Arce/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

19/10/2017 04h00

Fayçal Fajr está longe de ser uma estrela do futebol, mas o jogador do Getafe é daqueles personagens com muita personalidade e que atraem passagens inusitadas. De perseguir ladrões a ser esquecido por sua equipe no aeroporto, o meia-atacante de 29 anos já viveu alguns episódios marcantes, principalmente no futebol espanhol.

E a maioria deles aconteceu durante a má fase que viveu defendendo o Deportivo La Coruña. Depois de uma boa temporada de estreia, Fajr caiu de rendimento no ano seguinte e perdeu espaço. Chegou ao ponto de pedir para jogar na equipe B na temporada passada, pois não queria ficar apenas no banco de reservas.

Não bastasse a dificuldade em campo, o jogador começou a sofrer fora dele. Em uma das vezes, estava em seu Porsche quando foi abordado por uma mulher, que pediu um autógrafo para dar a seu filho. Fajr baixou o vidro para atender a fã.

Nesse momento, um homem golpeou a outra lateral do carro, fazendo com que o jogador se virasse, distraído. A mulher, então, conseguiu tirar o relógio do pulso de Fajr e saiu correndo. Ele não pensou duas vezes: correu atrás da ladra.

“Deixei as chaves do meu carro com a moça de uma loja e comecei a perseguir a mulher correndo. Rapidamente a alcancei”, contou ele ao “El Mundo”.

A ladra não podia ter escolhido alvo pior. Além de ser jogador de futebol profissional, Fajr costuma começar sua pré-temporada treinando corrida na altitude do Marrocos, país de sua família e que ele escolheu defender, embora tenha nascido na França. O meia gosta de correr pela cordilheira de Atlas, no norte da África.

“Faço minha preparação na altitude, assim como os ciclistas, e isso faz com que eu suporte a temporada inteira”, argumentou. No dia do assalto, para facilitar a perseguição, Fajr estava de tênis e agasalho de treino.

Foi nessa mesma época que o jogador viveu outros mal-entendidos. Em um deles, parou para atender alguns fãs no aeroporto após desembarcar com o restante do elenco do La Coruña e, quando percebeu, o ônibus do clube já havia partido. Eles o haviam esquecido no local.

Em outro episódio, durante aquecimento no campo, Fajr foi acusado de querer dar um “migué” no treino por torcedores que acompanhavam a sessão. Na verdade, ele saiu da atividade ao ver um jovem gandula passando frio e foi ao banco de reservas pegar um agasalho para doar ao garoto.

“E um funcionário ainda me deu bronca porque dei o agasalho de presente, mas aí eu disse que iria pagar pelo uniforme”, relembrou.

Atualmente no Getafe, Fajr voltou a jogar com frequência, o que o ajudou a ser presença constante nas convocações do Marrocos. Ele está perto de realizar um sonho: sua seleção está a um empate da vaga na Copa do Mundo da Rússia. O meia espera que sua cota de “capítulos negativos” tenha se esgotado, ao menos por enquanto.