Corinthians troca reserva por "carinho" em plano para recuperar Jadson
O empate com o São Paulo no último domingo (23) deu certa tranquilidade ao Corinthians, mas é praticamente consenso entre os corintianos que o desempenho na casa do rival foi aquém do esperado. A dificuldade na criação da equipe, que deu a primeira finalização no gol adversário apenas no segundo tempo, é que mobiliza o treinador Fábio Carille nos últimos dias. Isso passa diretamente pelo experiente Jadson.
O camisa 10 foi o primeiro jogador a ser substituído por Carille nas três partidas recentes do Corinthians, sendo a última ainda no intervalo. Promover trocas entre as duas etapas é algo pouco comum por parte do treinador, que só optou por mexida desse tipo em quatro jogos do Brasileirão. Em um deles, aliás, por uma lesão de Guilherme Arana.
Evidenciada pelo próprio treinador em entrevistas, a queda de desempenho de Jadson fez a comissão técnica se mobilizar nos últimos dias em discussões sobre como extrair novamente o melhor do meia, um dos protagonistas do time e salário mais alto do elenco na atualidade. A estratégia traçada por Carille, muito próximo do jogador e conhecedor de seu perfil desde a passagem entre 2014 e 2015, passa por confiança.
A avaliação do treinador é que Jadson deve ser tratado com cuidado e até mesmo carinho. Nas conversas sobre o meia, Carille descartou adotar algum tom mais duro ou eventualmente destacar o jogador para o banco de reservas. A impressão, baseada no histórico de relacionamento com o atleta, é que movimentos desse tipo trariam efeitos negativos e derrubariam o desempenho dele de uma vez.
Repetida por Carille, estratégia de Tite recuperou Jadson em 2015
Há pelo menos dois exemplos que justificam esse tipo de raciocínio. Em 2014, Jadson teve queda brusca no segundo semestre depois de ser um dos principais destaques do time na chegada ao São Paulo. Mano Menezes, naquele momento, não conseguiu reerguer o jogador que havia sido superado por Petros, Renato Augusto e até mesmo os reservas Lodeiro e Danilo. Naquele ano, ele acabou o Brasileirão como última opção de Mano para o setor e cogitou uma transferência para Flamengo e Cruzeiro.
Já no São Paulo, em 2013, Jadson começou a temporada com moral pelo título da Copa Sul-Americana, mas não conseguiu manter seu melhor nível quando PH Ganso chegou ao clube com status de principal reforço. A consequência desse movimento foi uma queda de rendimento brusca, com dificuldades para manter o peso e queixas veladas por parte do então treinador Muricy Ramalho.
A grande temporada de Jadson no futebol brasileiro, em 2015, deixou lições para Carille. Naquele ano, com carinho por parte de Tite e do então gerente Edu Gaspar, ele foi recuperado, ganhou elogios ao exercer uma função nova na carreira e evoluir física e taticamente dentro do modelo de jogo do time campeão brasileiro. Hoje, para manter o meia no time titular, pesam também as irregularidades de nomes como Marquinhos Gabriel e Clayson, que ainda não mostraram uma sequência de jogos de qualidade.
A própria postura de Jadson no dia a dia, em meio a essa fase com rendimento abaixo do esperado, fortalece esse tipo de estratégia para recuperação gradual. A comissão técnica vê o meia tranquilo, motivado e com a mesma alegria em treinamentos e concentrações, sem qualquer sinal de desmotivação ou insatisfação.
Os números da temporada, mesmo com irregularidades, mostram a importância do meia para o Corinthians. Jadson tem oito gols marcados, o que só é inferior ao desempenho de Rodriguinho (11 gols) e Jô (20 gols), além de seis assistências, número que só fica abaixo de Guilherme Arana, líder no quesito com nove passes para gol. Só foram levados em conta os jogos oficiais de 2017.
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