Bahia repudia acusação de trabalho infantil: "beira a irresponsabilidade"
Após o Ministério do Trabalho e o Ministério Público da BA autuarem o Bahia nesta segunda-feira por identificar oito menores de até 14 anos em situação de trabalho infantil, o clube soltou um comunicado em seu site repudiando a denúncia e a classificando como uma "irresponsabilidade".
De acordo com a denúncia, auditores encontraram seis jovens que atuam pelas categorias de base do Bahia alojados num estabelecimento que não pertence ao clube. Segundo a denúncia, os adolescentes estavam sob o cuidado de uma senhora, mas faziam suas refeições nas dependências do clube e treinavam no Fazendão, centro de treinamento do Bahia que fica localizado a 500 m da residência em que os meninos foram encontrados.
A denúncia revela também revela que jovens de 12 e 13 anos, que também estariam atuando no clube, estariam em outra casa nas proximidades do local. Nenhum dos menores teria autorização dos pais para estarem alojados nesses locais.
Após a acusação, o Bahia alegou que o clube não possui nenhum estabelecimento fora de suas dependências, que as atividades feitas ligados ao Bahia fora do Fazendão são apenas em escolinhas de futebol e que irá se defender na Justiça das acusações.
Leia a nota emitida pelo Bahia:
O Esporte Clube Bahia vem a público desmentir a acusação de que teria havido trabalho infantil na instituição – denúncia essa que beira a irresponsabilidade, tendo em vista os fatos abaixo:
1 – Primeiramente, é de se lamentar a publicação pelo Ministério do Trabalho de um procedimento administrativo, ainda em fase inicial, sem que o Clube tenha sequer exercido o seu direito constitucional de defesa, bem como lhe tenha sido oportunizado a produção das provas necessárias para refutar a absurda imputação.
2 – Notificado pelo Ministério do Trabalho apenas na última quinta-feira (24), o Bahia ainda usufrui do prazo para apresentação de sua defesa e se valerá dos meios legais para demonstrar de maneira irrefutável e, se for necessário, pela via judicial, a inexistência de qualquer conduta abusiva.
3 – Não é verdade que o Clube mantenha qualquer tipo de instalação fora das suas dependências, seja mediante pagamento de aluguel, seja com oferecimento de quaisquer contrapartidas a terceiros, a fim de acomodar jovens que buscam uma colocação no Tricolor.
4 – O Bahia, além disso, possui parecer favorável do Conselho Tutelar acerca das condições oferecidas a seus jovens atletas, após recente fiscalização. Nenhum deles é submetido a qualquer atividade irregular.
5 – As atividades desenvolvidas com garotos menores de 14 anos são meramente lúdicas, em sistema de escolinha, fora das instalações do Clube, e com métodos distintos daqueles praticados pelas categorias de base. Não há qualquer vedação legal para tal situação, que é comum dentre entidades desportivas.
6 – Para completar, o Clube adota rigoroso controle documental em relação a qualquer adolescente que desenvolva atividade junto à instituição, tais como apresentação de documentação dos representantes legais, exames médicos e atestado de frequência escolar.
7 – Berço de constantes revelações do futebol brasileiro, como Daniel Alves e Anderson Talisca, o Bahia inclusive acaba de aderir a um programa social do UNICEF, em parceria com a Universidade do Futebol, depois de profunda análise sobre a gestão desenvolvida nas divisões de base tricolores.
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