Para mandar recado, Cuca espanta imagem do desânimo e "encarna" Felipão
Criticado recentemente por aparentar desânimo em suas últimas coletivas de imprensa, Cuca quebrou o protocolo e chamou a responsabilidade na última terça-feira. Nitidamente mais enérgico em relação aos seus pronunciamentos recentes, o técnico do Palmeiras disse que é o maior culpado pela instabilidade do time e adotou expressões e um jeito bastante semelhante ao de Luiz Felipe Scolari, outro técnico que fez história na Academia de Futebol.
Ambos não se importam em fazer o palmeirense torcer o nariz na hora de defender atletas que estão sendo perseguidos. Cuca já saiu em defesa de nomes como Egídio e Deyverson, mesmo sabendo que a opção é impopular nas arquibancadas. Felipão fez isso nas suas duas passagens, com nomes como Galeano no fim dos anos 1990 e com Rivaldo, no início desta década.
Os dois treinadores também não fugiam de assuntos mais complicados. Eles usam a experiência na carreira e a “casca” adquirida com o tempo para dar opiniões no campo administrativo e, eventualmente, até confrontarem seus superiores em busca de uma condição melhor de trabalho.
Confusões com os "medalhões" e persistência
A personalidade forte em ambos os casos permite que eles comprem brigas com nomes renomados do elenco, como foi com Kleber Gladiador e Valdivia, na época de Scolari, e agora, com Felipe Melo, na atual temporada.
Também na linha de tolerância, os dois aproveitam dos créditos que têm com seus torcedores para servir de escudo para diretoria e elenco. Mais de uma vez, Felipão veio a público na péssima campanha de 2012 para dizer que a culpa era dele e que jamais deixaria o cargo. A temporada terminou com Gilson Kleina no comando e o time rebaixado pela segunda vez.
Cuca já falou várias vezes que não vai sair e que vai com a equipe até o fim. Disse que a sua mania de deixar os times quando ficava de “saco cheio” já faz parte do passado.
Convencimento através das palavras
Felipão, também como técnico da seleção brasileira, usava expressões parecidas com as que Cuca usou na coletiva de terça, pedindo paz aos torcedores e união interna, apesar dos bastidores sempre conturbados no Palmeiras. Cuca repetiu o roteiro na terça.
“Se a gente estiver contente com o outro sendo criticado, não vamos sair daqui. Temos que estar juntos, ter uma unidade. A torcida sempre esteve com a gente. O pedido em cima do jogo de domingo é esse aí. Nos apoie, nos incentive”, afirmou o atual comandante alviverde.
Por fim, os dois técnicos sempre usaram as entrevistas para “mexer” com o ambiente de seus comandos. O espírito paternalista no discurso sempre foi marca registrada da dupla, assim como algumas respostas direcionadas para os jornalistas.
“Eles precisam mais de mim do que eu deles. Pode bater no Cuca, não tenho assessor, não vai ter defesa. Os mesmos que me batem, são os mesmo que elogiam. E não vou ligar lá para agradecer”, afirmou o palmeirense.
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