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São Paulo trabalha para blindar jogadores de críticas e problemas políticos

O presidente do São Paulo, Leco, tem acompanhado treinos da equipe no CT da Barra Funda - Zanone Fraissat/FOLHAPRESS
O presidente do São Paulo, Leco, tem acompanhado treinos da equipe no CT da Barra Funda Imagem: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

19/08/2017 04h00

Conhecido por ter uma administração exemplar, o São Paulo viu a situação mudar nos últimos anos e passou a ser questionado por conta da desorganização nos bastidores do Morumbi. Discussões entre conselheiros, escândalos em negociação de atletas, renúncia de presidente e até denúncia policial contra o ex-gerente de marketing, Alan Cimerman, por causa de um suposto esquema de venda de camarotes em shows, passaram a figurar no noticiário tricolor. Por isso, o clube trabalha para tentar afastar as questões políticas e burocráticas do time de futebol.

O São Paulo faz o possível para manter a equipe distante do dia a dia da sede social. Quase todas as atividades dos jogadores profissionais acontecem no CT da Barra Funda. Ou seja, a distância física já contribuiu para manter os jogadores fora destas polêmicas. Desta maneira, o contato entre o elenco, os conselheiros e os demais sócios fica mais restrito aos dias de partidas no Morumbi.

O departamento de futebol, por sua vez, tenta retomar a imagem construída ao longo dos anos. Por exemplo, os salários e direitos de imagens dos jogadores nunca mais atrasaram, como aconteceu em gestões anteriores. Os dirigentes ligados ao time, como o diretor executivo de futebol, Vinícius Pinotti, também procuram um contato mais próximo com os atletas para mostrar esse apoio ao elenco.

Já o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que em geral fica mais no Morumbi, tem cumprido muitas vezes o seu expediente no CT da Barra Funda para ficar mais perto da equipe. Deste modo, os dirigentes acreditam que podem resolver as situações e problemas que surgem de maneira mais rápida.

A contratação de Dorival Júnior para o lugar de Rogério Ceni também contribuiu para diminuir as críticas internas e o clima político na equipe. Apesar de ser idolatrado por boa parte da torcida, o ex-goleiro tinha críticos dentro do conselho tricolor e chegou a ser visto por alguns como uma espécie de pilar na campanha eleitoral de Leco para a reeleição. Já Dorival, que não tem histórico no clube, não sofre qualquer tipo de pressão política no tricolor. 

Como consequência, apesar de o time ter consciência de que está muito longe de viver um bom momento no Campeonato Brasileiro, a conturbada rotina do Morumbi passa a ser mais um ruído distante e ao menos o clima não é ruim entre os jogadores.