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Magoado, Valdir Espinosa deixa o Grêmio: "Fui mandado embora"

Valdir Espinosa, coordenador técnico do Grêmio, deixa o clube - RODRIGO RODRIGUES/GREMIO FBPA
Valdir Espinosa, coordenador técnico do Grêmio, deixa o clube Imagem: RODRIGO RODRIGUES/GREMIO FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

10/08/2017 16h20

Valdir Espinosa não faz mais parte da comissão técnica ou da direção do Grêmio. Emocionado, o dirigente informou sua saída do clube por desavenças com o atual comando. Mostrou-se magoado e citou ciúme e uma série de razões para demissão.

"Fui mandado embora. Me mandaram embora sexta-feira. Houve uma série de coisas. Espero que a direção diga a verdade", afirmou. "Essas lágrimas não são de tristeza, serão de alegria. Não tenho a posição do presidente. Tenho um carinho e um respeito por ele. O comunicado foi feito pelo Odorico (Roman, vice de futebol). Não sei se é trairagem ou burrice. Mandar uma pessoa com minha experiência e minha rodagem embora é uma coisa ou outra", explicou. "Não sei se por ciúme, por ser um campeão da Libertadores e do mundo, mas foi o que aconteceu", completou. 

Espinosa foi contratado no meio do ano passado e fazia parte da comissão técnica do Grêmio. Ele ocupava a função de coordenador técnico. O vínculo foi renovado no fim do ano passado. 

"Não vim aqui para explorar o Grêmio. Quando for procurado, sempre tive resposta para dar. As reuniões eram feitas com portas fechadas. E não vou bater na porta para entrar. Nunca era chamado para nada", reclamou. 

Para ele, a relação com a direção não era boa. A falta de informações sobre o trabalho e o fato de ter sido 'escanteado' atrapalharam na permanência. 

"O Grêmio será muito mais forte, não vai ter qualquer influência negativa. Uma vez eu saí e disse, ainda vou voltar. Vou voltar", afirmou. "Com o Grêmio não há decepção. Com a direção, tirando o presidente, decepção total", completou. "Isso não é de agora, eu me sentia de lado. Qual é a função de alguém como eu, treinador, não é dar opinião sobre as coisas? As contratações? E não era chamado para nada", completou. 

Entre as respostas, Espinosa chorou. Com voz trêmula, explicou que não aguentava tal condição. "Havia viagem que eu não era sequer informado se iria ou não. Era colocado para ver jogo, não era consultado para qualquer coisa. Uma série de fatores", disse. 

Renato Gaúcho era a principal ligação de Espinosa no clube. A parceria entre eles era eleita como pedra fundamental para o crescimento do time recentemente. Porém o técnico ainda não foi informado do caso e não será 'usado' para forçar a permanência do antigo coordenador. 

"Eu o trato (Renato) como um filho, ele me tem por pai. Não tinha que falar com ele. Não poderia buscar ele para trazer força política para mim. Não tenho que envolver ele nisso. Até agora, já falei com alguns jogadores e não falei com ele. Não sei se vou falar hoje com ele. É o mais importante. Ele não podia dizer nada. Não usei o Renato. O mais importante é e sempre será o Grêmio", finalizou Espinosa. 

Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, a decisão pela demissão de Valdir Espinosa não foi decisão unilateral da direção de futebol do Grêmio. Presidente e até o técnico Renato Gaúcho estava cientes da situação.