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Com doença rara, ex-goleiro do Botafogo não resiste e tem morte cerebral

Goleiro Max durante treino pelo Botafogo em 2006 - Fernando Soutello/Folha Imagem
Goleiro Max durante treino pelo Botafogo em 2006 Imagem: Fernando Soutello/Folha Imagem

Bernardo Gentile e Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/07/2017 15h34

O goleiro Max, de 42 anos, que entre 2002 e 2008 defendeu o Botafogo, não resistiu a uma doença rara e autoimune e teve constatada uma morte cerebral nesta quarta-feira, no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo UOL Esporte com o neurocirurgião do atleta, Haroldo Chagas.

"Fizemos um critério clínico, com dois médicos, sendo um neurologista, onde constatou-se a morte encefálica. A causa que o levou a ter toda essa historia não foi estabelecida, mas ele teve uma irritação meníngea que o levou a uma pressão intracraniana. Foram feitos três procedimentos cirúrgicos, mas não se conseguiu evoluir", disse Chagas.

O atleta estava internado há cerca de um mês após apresentar fortes quadros de dores de cabeça. Desde então, passou por uma bateria de exames com infectologistas, reumatologistas, neurologistas, mas seu organismo combatia a todos os tipos de tratamento, fazendo com que os médicos tivessem dificuldade para diagnosticar o caso.

A mulher de Max, Marilda Faislon Luzia, já havia dimensionado a gravidade da situação ao UOL Esporte, destacando a mobilização do hospital para tentar reanimar seu marido:

“O hospital se mobilizou todo no caso do Max mas, infelizmente, todos os testes deram negativo. O quadro do Max, hoje, é sem diagnóstico. Tudo que eles fazem, o organismo do Max combate. Do dia que ele entrou no hospital até hoje, só piorou”.

Mês passado, Max sofreu uma tentativa de assalto em Duque de Caxias (RJ) onde, na ação, os bandidos colidiram de frente com seu carro, causando perda total no veículo. Na ocasião, o goleiro sofreu uma fratura na mão direita e, alguns dias depois, acusou dores de cabeça. Em princípio, a suspeita era a de que se tratava de uma consequência do episódio, mas tal fato está cada vez mais descartado.

“Eles (médicos) acham muito pouco provável ser relacionado com o acidente. Pela evolução do quadro dele, você vê que não é pela batida”, argumentou Marilda.

A mulher de Max lembra que o goleiro estava normal depois do acidente:

“O Max estava bonzinho. Do jeito que você o vê na televisão, estava. Sadio, alegre... Ele dormiu e, de repente, acordou com as dores de cabeça e confuso”.

Em seu site oficial, o Botafogo lamentou o falecimento e informou que prestará homenagem com um minuto de silêncio no jogo desta quarta-feira, contra o Atlético-MG, às 19h30, no estádio Nilton Santos: "...Querido por todos, sempre foi um ótimo profissional e um exemplo como homem. O Botafogo manifesta seu pesar e solidariedade a familiares e amigos. Haverá um minuto de silêncio antes da partida contra o Atlético-MG, nesta quarta-feira".

A carreira

Maxlei dos Santos Luzia, o Max, foi revelado pela Portuguesa, da Ilha do Governador (RJ), em 1995. De lá, passou por clubes como Bangu, Friburguense e América até desembarcar no Botafogo, em 2002. No Alvinegro, ficou até 2008, tendo feito 85 jogos e sido titular na campanha do vice-campeonato da Série B, em 2003, e campeão carioca de 2006 e da Taça Guanabara de 2007, alternando momentos na reserva e entre os 11.

Na sequência da carreira, o goleiro se firmou por mais tempo no Vila Nova (GO), mas também passou Itumbiara, Joinville, Boa Esporte e Gama. Há três anos ele estava desempregado.