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Time búlgaro aposta em 10 brasileiros para ir à Champions pela 3ª vez

Cheio de brasileiros, Ludogorets tenta chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões - Reprodução/Instagram
Cheio de brasileiros, Ludogorets tenta chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões Imagem: Reprodução/Instagram

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

25/07/2017 04h00

O time mais brasileiro da Bulgária está lutando para disputar a Champions League de novo. Hexacampeão nacional, o Ludogorets já ficou famoso por reunir dez atletas nascidos no Brasil e agora luta para voltar à fase de grupos do torneio continental.

Na quarta-feira, encara o Hapoel Beer Sheva, de Israel, no segundo playoff que vale vaga entre os gigantes da Europa. E a aposta, é claro, está no DNA verde e amarelo.

A importância dos brasileiros não é balela. Na fase anterior da prévia da Champions, o Ludogorets despachou o Zalgiris Vilnius, da Lituânia, com dois gols brazucas. Natanael, ex-Atlético-PR, e Wanderson, ex-Portuguesa, fizeram os primeiros na goleada de 4 a 1.

“O nosso objetivo é no mínimo entrar na Europa League e se der, ir à Champions. Não é fácil, mas a gente sabe que pode”, conta Gustavo Campanharo, que chegou em 2016 ao clube.

Na história, o Ludogorets tem duas participações na fase de grupos da Liga dos Campeões. Em 2014/2015 e na temporada passada, quando caiu no grupo do PSG e empatou em Paris.

“Foi um sonho. Grandes equipes do outro lado. Em campo cada um defende o seu, mas realizei um sonho... O nosso time não fez feio contra o Paris, empatamos lá na casa deles. Foi um teste muito bom e provamos que podemos jogar nesse nível. Com toda humildade, claro”, comenta o meia com passagem pelo Juventude e que antes de ir para Bulgária passou por Verona-ITA e Evian-FRA.

A obsessão por brasileiros começou depois que um milionário do ramo farmacêutico passou a investir no clube. Os desbravadores foram Marcelinho e Juninho Quixadá. Ambos continuam no elenco até hoje e servem para relembrar que as coisas mudaram.

“Eles contam que antigamente eles buscavam brasileiros, mas não tanto como agora. Acho que mudou bastante coisa, sim. Em relação a tudo, de estrutura até o pensamento do clube”, diz Campanharo. “O clube inaugurou um CT novo, está investindo na base e está se desenvolvendo. Em três ou quatro anos tem muito a apresentar”, acrescenta.

Os dez brasileiros convivem juntos no clube e fora dele, mas até hoje nunca jogaram todos ao mesmo tempo, no mesmo jogo. O máximo foi a participação de sete jogadores de forma simultânea.

“A gente procura se reunir, todas as famílias, e o grupo todo se dá bem. Quanto mais gente se reúne, melhor. Ajuda até a cabeça, por não ser fácil ficar longe da família”, explica o meia.

Churrasco búlgaro

Com dez brasileiros e mais as famílias, tem um pouquinho de Brasil em Razgrad, província no leste do território búlgaro. E onde tem Brasil tem feijoada e churrasco. Para fazer um dos eventos é preciso se programar bem, importar feijão. Já o outro sai improvisado.

“O feijão a gente procura trazer do Brasil, quando dá. A carne é daqui, então é um churrasco adaptado. A gente conhece fornecedores na cidade, compra com eles. É um churrasco diferente do Brasil”, se diverte Gustavo Campanharo.

E viver na Bulgária não é ruim, mesmo com os perrengues para saciar os desejos tipicamente brasileiros. Financeiramente, pelo menos, a experiência é boa.

“Viver na Bulgária em termos financeiros é muito bom. O custo de vida é baixo em relação à Itália e França. Até o Brasil mesmo. Mas viver é bom, assim... É um país ainda em desenvolvimento, mas eu gosto de viver aqui. Eu gosto, minha família também gosta”, aponta.

No elenco do multicampeão búlgaro estão Renan, (ex-goleiro do Avaí), Natanael (ex-Atlético-PR), Cicinho, (ex-Santos), Lucas Sasha (ex-Corinthians), Marcelinho (ex-Bragantino), Gustavo Campanharo (ex-Juventude e Bragantino), Wanderson (ex-Portuguesa), João Paulo (ex-ABC), Juninho Quixadá (ex-Bragantino), Jonathan Cafu (ex-São Paulo).