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Com a bênção do Profeta, dias longos e vitória dão fôlego ao São Paulo

Bruno Grossi e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo (SP)

20/07/2017 04h00

Depois de dias de apreensão, convivência com a zona do rebaixamento e pouca perspectiva de melhora, o são-paulino respira. Resultado de dias longos que, sob a benção do "Profeta" Hernanes, terminaram com uma suada vitória sobre o Vasco. Veja, a seguir, a cronologia da esperança tricolor:

Segunda-feira: a delegação do São Paulo sai de Chapecó ciente de que poderia encarar 13 horas de viagem de ônibus. Durante a tarde, na parada do almoço, a diretoria consegue voo saindo de Curitiba para encurtar o trajeto de volta à capital paulista.

"A viagem serviu para valorizar algumas coisas. É necessário passar por esse tipo de situação para valorizar algumas coisas na vida. Isso foi importante como grupo, família, para a gente poder perceber que precisava fazer algo a mais. Você tem duas maneiras de encarar: ou reclama e cai na mesmice ou aproveita para unir ainda mais o grupo", disse o volante Petros após o 1 a 0 no Morumbi. 

Terça-feira: o único treino da equipe para o jogo contra o Vasco da Gama. Jogadores entram em concentração, enquanto dirigentes madrugam no CT da Barra Funda para fechar uma "contratação de oportunidade". O fuso horário da China obriga uma maratona para fechar a negociação e registrá-la na Fifa. 

Quarta-feira: por volta das 7h30, as redes sociais do São Paulo anunciam a volta de Hernanes, emprestado pelo Hebei China Fortune por uma temporada. A torcida se empolga e promete festa no Morumbi no jogo marcado para a noite. O "Profeta" pede casa cheia e apoio dos torcedores, que jogam sal grosso no estádio e recebem o time com "clima de Libertadores".  Com 1 min, Pratto faz o gol que define o 1 a 0 sobre o Vasco e encerra o jejum de nove partidas sem vitória. Jogadores festejam a torcida, celebram o fim da "zica" e esperam ansiosamente pelo novo reforço. A diretoria, de quebra, também se aproxima de acordos com os laterais Dodô e Marcos Rocha e com o meia-atacante Marcos Guilherme.

"Hernanes tem uma qualidade imensa, foi campeão de tudo. Espero que ele ajude dentro de campo e fora do campo, que também é muito importante. Agora temos que manter esse rendimento coletivo, manter esse pensamento para os próximos jogos", analisa Pratto.

O discurso mudou, mesmo que o Tricolor siga na zona de rebaixamento, em 17º, com 15 pontos contra 16 do Atlético-PR, que joga contra o Botafogo nesta quinta-feira. Rodrigo Caio, por exemplo, acredita que a chegada de Hernanes pode ter efeitos parecidos com as de Muricy Ramalho, em 2013, e de Kaká, em 2014. O clube ainda espera reforços para posições carentes e vê a torcida cada vez mais presente.

Para melhorar, o próximo jogo será às 20h de segunda-feira, contra o Grêmio, novamente no Morumbi. A média de público do São Paulo no Brasileirão é de 21,8 mil torcedores e o estádio será arma para buscar apenas a segunda sequência de duas vitórias na Série A. A única até o momento foi justamente com duas partidas no Morumbi: 2 a 0 sobre Avaí e Palmeiras.