Como Camilo passou de 'craque do time' a moeda de troca no Botafogo
Camilo chegou ao Botafogo sem muitas expectativas, mas o desempenho em campo foi muito surpreendente. Como uma peça que faltava na engrenagem, o jogador entrou na equipe titular e fez o Alvinegro pular na tabela, indo da briga contra o rebaixamento a uma vaga na Libertadores. Em pouco tempo, o camisa 10 alcançou o posto de ‘craque do time’.
Meses depois, tudo que Camilo havia construído já caía no esquecimento. As más atuações valeram sua vaga entre os titulares, resultando em uma briga com o técnico Jair Ventura. O armador perdeu espaço até virar moeda de troca no Botafogo. Na última terça, o Alvinegro fechou acordo com o Internacional: Sai Camilo, chega Brenner – solucionando a carência no ataque.
A queda de Camilo no Botafogo se explica em três momentos:
Concorrência
Após terminar como craque do time em 2016, Camilo viu a diretoria realizar o maior investimento no mercado da bola justamente na sua posição. Montillo, que ganhava R$ 400 mil, chegou ao Botafogo com status de titular. Jair, então, teve de montar um quebra-cabeça para encaixar os dois no mesmo time.
É bem verdade que Montillo e Camilo praticamente se revezaram no departamento médico, o que facilitava a vida de Jair em campo. Meses depois, o argentino se aposentaria do futebol após cinco lesões em cinco meses – três na mesma panturrilha.
Nova função
Quando Jair teve Montillo e Camilo à disposição, deixou clara a preferência pelo argentino, que ficava mais livre, enquanto o camisa 10 precisava ajudar na marcação, fechando a segunda linha de quatro. O problema é que Camilo mostrou não ter gás suficiente para fazer a nova função e ainda guardar forças para chegar ao ataque. Ofuscado, não obteve o mesmo brilho da temporada passada jogando mais recuado.
Com as lesões e, posteriormente, a saída de Montillo, Camilo se viu livre para voltar à posição de origem. Apesar de algumas boas atuações, o camisa 10 jamais foi o mesmo de 2016. Muito se explica pelo fato de o Botafogo ter mudado quase que o time inteiro, trocando peças que encaixavam melhor com a característica do atleta. Diogo Barbosa e Sassá (ambos no Cruzeiro), Neílton (Vitória) e Luis Ricardo (lesionado), todos negociados, formam a lista que fez falta ao meia.
Ambiente conturbado
Mal na nova função, Camilo foi ‘barrado’ pelo técnico Jair ventura ao ser utilizado no time reserva em um clássico com o Fluminense. Irritado, abandonou um treinamento. Ali, mandou um claro recado para o mercado da bola de que não estava satisfeito no Botafogo. Sem propostas naquele momento, pediu desculpas e foi perdoado. O clima, porém, jamais foi o mesmo.
E esse ambiente, aliado a tudo o que foi dito acima, contribuiu para que Camilo jamais recuperasse o bom futebol no Botafogo. João Paulo, que iniciou o ano como reserva, ganhou chance mais recuado, mas foi testado na vaga do camisa 10 e correspondeu. Quando pôde jogar, o recém-contratado Marcos Vinicius recebeu oportunidade e não largou. Camilo, então, passou de craque do time a terceira opção no Alvinegro. Insatisfeito, conseguiu negociação com o Internacional.
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