Ele inventou morte das avós e nem apelo de uma delas o fez voltar à seleção
Stephen Ireland já foi uma esperança para os torcedores da Irlanda. Habilidoso meia-atacante, ele se profissionalizou no Manchester City e chegou à seleção aos 20 anos como um talento raro para sua geração. Mas suas decisões também eram incomuns, como inventar a morte não de uma, mas das duas avós, para se ausentar da seleção.
As mentiras aconteceram em 2007. Hoje, dez anos depois, Ireland está chegando ao fim de seu contrato com o Stoke City. Como nos últimos anos ele sofreu com lesões e mal jogou em alto nível, tudo indica que sua carreira esteja perto do fim, pelo menos em times do primeiro escalão.
Fato é que o episódio mais marcante de sua carreira foi esse pedido de dispensa da seleção irlandesa em 2007. A equipe buscava vaga na Eurocopa 2008. Todos estavam na Eslováquia, onde haviam empatado com o time local por 2 a 2.
Ireland, então, disse aos dirigentes da seleção que sua avó materna havia morrido. A federação fretou um voo e ele voltou para casa. Dois dias depois, Steve Staunton, então técnico da Irlanda, descobriu que a avó materna estava viva e ligou para o jogador.
O meia-atacante se desculpou pelo equívoco e "explicou" que, na verdade, a avó paterna é quem havia morrido. Não demorou muito para o Manchester City, seu time na época, descobrir que essa avó também estava viva e saudável em Londres. As mentiras viraram notícia mundo afora.
Ireland se desculpou e explicou que havia inventado tudo isso para ficar perto da namorada, que estava mal depois de um aborto recente. Os treinadores o perdoaram. O jogador, inclusive, chegou a ser novamente convocado pouco depois, mas recusou o chamado alegando não estar preparado psicologicamente.
Afastado da seleção, Ireland seguiu em bom nível no Manchester City até 2009, mas a chegada de reforços renomados aceleraram sua saída na temporada seguinte. Mesmo assim, os treinadores da Irlanda mantinham as portas abertas para o meia-atacante, desde que ele mostrasse disposição em voltar.
Até sua avó materna fez campanha por seu retorno. Ela encontrou o então auxiliar da seleção em um voo e disse que o neto merecia nova chance. Roy Keane, o auxiliar, repetiu a mensagem de que só dependia de Ireland. O meia-atacante, no entanto, afastou-se da Irlanda. Passou a aparecer mais em colunas sociais do que em relatos esportivos. E agora caminha para um fim melancólico de carreira.
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