Leco vai ganhar R$ 27,5 mil para ser raro presidente remunerado no Brasil
Ao ser reeleito no São Paulo na última semana, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, passou a ser um dos poucos presidentes de clubes remunerados do Brasil. De acordo com o novo estatuto, que será implantado integralmente neste mandato, o dirigente tem direito a um salário de no máximo R$ 27,5 mil (o valor não pode ser superior a 70% do teto do funcionalismo público).
Dos clubes da Série A do Brasileiro, apenas o Bahia, que também paga no máximo o 70% do teto do funcionalismo público para Marcelo Pereira Sant'Ana, e o Vitória, que estuda segundo o seu novo estatuto quanto ganhará Ivã de Almeida, tem presidentes remunerados.
O valor pode parecer alto para os padrões salariais do país, mas está muito abaixo do quanto recebem os principais jogadores e treinadores. No São Paulo mesmo, por exemplo, o atacante Lucas Pratto leva R$ 500 mil mensais. "Em empresas também acontece de um presidente receber menos do que um executivo", argumentou o conselheiro e ex-vice do São Paulo, José Manssur.
No mercado corporativo, presidentes de empresas recebem vencimentos muito superiores aos de Leco e ainda têm direitos a premiações. A Petrobras e a Ford, por exemplo, pagam cerca de R$ 1,5 milhão de salário anual (R$ 125 mil mensais) para seus presidentes. Na verdade, os vencimentos dos dirigentes de clubes estão mais próximos aos de gerentes de grandes empresas. Na estatal petrolífera, um gerente jurídico ganha cerca de R$ 28 mil por mês, enquanto na Nestlé um gerente sênior recebe aproximadamente R$ 25,7 mil.
Diretores
De acordo também com o novo estatuto tricolor, os diretores executivos serão remunerados com valores de acordo com o mercado. Por isso, é bem provável que o diretor executivo de futebol tenha direito a um salário muito superior ao do presidente do clube. Para exercer cargo semelhante no Palmeiras, por exemplo, Alexandre Mattos ganha quase R$ 200 mil por mês, mais bônus.
No total, serão de três a nove diretores executivos profissionais, contratados no mercado, que tenham notório conhecimento em suas áreas de atuação, remunerados e com dedicação exclusiva ao clube. Para o futebol, o favorito para assumir o cargo é Vinicius Pinotti, que gerenciava o marketing do São Paulo na última gestão.
Conselho de Administração
Os diretores executivos e os valores dos salários deverão ser aprovados pelo Conselho de Administração do clube. O órgão será formado por nove pessoas (três conselheiros eleitos; o presidente e e o vice do executivo; três pessoas indicadas pelo mandatário e um integrante do Conselho Consultivo).
Os nomes devem ser definidos até 15 dias depois das eleições - ou seja, até a próxima quarta-feira. Até agora, além de Leco e do vice Roberto Natel, estão confirmados os três eleitos pelo conselho Julio Casares, Silvio Medici e Adilson Alves Martins, além dos indicados Raí, Saulo de Castro Abreu Filho e Julio Conegero - genro do ex-presidente Juvenal Juvêncio, morto em 2015.
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