Baptista age nos bastidores para manter estrelas do Palmeiras sob controle
Lidar com estrelas e jogadores contratados a peso de ouro nunca foi uma tarefa fácil para Eduardo Baptista. E é essa habilidade que está sendo necessária para que ele controle o ambiente do Palmeiras neste momento. No Sport e no Fluminense, anteriormente, o treinador enfrentou problemas semelhantes ao que começa a encarar desde o último fim de semana.
Líder do grupo 5, o técnico precisa de uma boa atuação e de ao menos um ponto nesta quarta-feira, em Montevidéu, contra o Peñarol para evitar que erros do passado voltem a assombrá-lo.
O caso de Borja é o mais emblemático deles. Contratação mais cara da história do clube (R$ 35 milhões bancados pela Crefisa), o colombiano não está rendendo o esperado. Ao mesmo tempo, reclama de ser substituído constantemente, com direito até a um chilique na beira do gramado no último sábado, contra a Ponte Preta, quando deu lugar a Willian.
A atitude furiosa rendeu duas conversas. Uma entre treinador e atacante, onde Baptista deixou claro que não toleraria mais atitudes daquele tipo. E outra, na frente do elenco, para mostrar ao grupo que a demonstração de raiva não é boa para o ambiente e estabelecer que ainda é ele quem tem o comando.
Além do relacionamento, Borja enfrenta uma resistência pela sua atuação tática. No jogo desta quarta-feira, o camisa 12 deve ter mais uma chance como titular, mas vê a sua garantia de começar as partidas entre os 11 cada vez mais ameaçada. Eduardo não cansa de repetir que o desempenho dele sem a bola é motivo de preocupação. E isso começa a ter reflexo no restante do grupo. Alguns jogadores questionam a atuação tática do gringo e apontam que ele compromete o início da marcação, feita no campo adversário.
Eduardo ainda precisa lidar com outras estrelas no grupo. No momento, ele tem apoio de todas ou da maioria delas. Felipe Melo e Fernando Prass, por exemplo, estão ao lado do técnico e manifestam isso em entrevistas. Dudu também tem mantido uma boa relação, especialmente por ter sido mantido capitão. Vale lembrar que, no ano passado, o atacante brigou com Cuca também por questões táticas.
No início ano, aliás, o camisa 7 chegou a criticar algumas opções táticas do treinador e disse preferir o trabalho de Cuca. Alguns dias depois, no entanto, a dupla se afinou e hoje trocam elogios.
Por outro lado, ao menos por enquanto, Baptista também tem tido sucesso em lidar com jogadores que ainda não conseguiram a titularidade, como Michel Bastos, Keno e Roger Guedes. O constante revezamento o auxilia a controlar o ambiente. Alejandro Guerra é outro que não consegue se firmar, mas não demonstra sinais de irritação.
No âmbito político, Eduardo tem o prestígio do presidente Maurício Galiotte e de seus diretores. Dentro do Conselho Deliberativo, no entanto, o técnico não é unanimidade.
O desempenho do técnico é bom. Embora tenha sido eliminado na semifinal do Paulista, ele vê a equipe terminar a competição entre as melhores na pontuação acumulada e ainda tem seu time na liderança da Libertadores. A matemática também serve de segurança para o técnico: o aproveitamento é de quase 70% dos pontos.
Passado recente pode servir de lição
No Fluminense, o técnico ficou no meio de um verdadeiro furacão entre Fred e Ronaldinho Gaúcho. Como se não bastasse a dificuldade de administrar a rixa entre os dois, ele ainda foi obrigado a escalar o meio-campista na Florida Cup por questões contratuais.
Na época, o atacante não fez questão alguma de esconder que desaprovava a atitude. O conflito interno, somado a disputas políticas nas Laranjeiras, foi o suficiente para que Eduardo caísse.
No Sport, Baptista precisou bater de frente com Diego Souza em termos táticos. Técnico e jogador se desentendiam em relação à função que o meia poderia cumprir. Ao menos publicamente, o experiente atleta declarou recentemente que o entrevero foi passageiro e que gostaria de trabalhar ao lado de Eduardo o resto de sua vida.
*Colaboraram: Bernardo Gentile e Pedro Ivo Almeida, do UOL, no Rio de Janeiro
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.