Movido por política, Atlético-PR reserva encara Londrina tentando a final
A política pesou mais. O Atlético Paranaense vai tentar a vaga na decisão do Paranaense 2017 com seu time reserva, escalado para pelo menos segurar um empate contra o Londrina, neste domingo, 16h no Estádio do Café. A decisão tem fundo político, mas também algum amparo técnico: Paulo Autuori, treinador do Furacão, deixou clara a preferência do clube pela Libertadores e assim optou por poupar o time principal antes do jogo com o Flamengo, na quarta-feira. Durante a semana, o Atlético pediu a antecipação do jogo, o que foi prontamente negado pela FPF e pelo Londrina.
Será a 10ª apresentação do time reserva no ano – e os números não são animadores. São 12 anos sem vencer o Londrina fora de casa. E em 9 jogos no ano, o time B atleticano venceu apenas dois e perdeu outros dois. Os cinco empates dão algum alento ao torcedor rubro-negro, já que o resultado de 2 a 1 na ida garante o Furacão na decisão no caso de igualdade em Londrina. No entanto, nem colocar o time em campo em metade dos jogos da temporada impediu o elenco principal de sofrer com lesões. Jonathan, Lucho González, Otávio e Carlos Alberto estão no estaleiro. Pablo ainda não está 100% recuperado. Weverton e Douglas Coutinho estão suspensos. E os demais, como Thiago Heleno, Paulo André, Nikão ou Grafite, serão poupados também como forma de protesto.
É a guerra declarada entre o clube (e também o Coritiba) e a FPF. Há algumas temporadas o Atlético coloca o Estadual em segundo plano, atuando com sua equipe S23. No ano passado acabou campeão, mas atuando na maior parte das partidas e na reta final com o elenco principal. O clube foi um dos criadores da Primeira Liga, mas rompeu por divergências financeiras. Neste ano, recusou a proposta da TV e viu o clássico Atletiba ser impedido em sua realização na primeira tentativa por conta da transmissão independente dos clubes, em ideia que nasceu no Coxa. Depois, assistiu a negativa da Federação pela antecipação do jogo deste domingo e ainda viu o TJD-PR pesar a mão contra o goleiro Weverton, intransigindo até no efeito suspensivo.
“É um absurdo”, reclamou por várias vezes Paulo Autuori, que assumiu a postura de liderança do clube e chegou a dizer que “esse título mancha currículo” e que colocará – em caso de sucesso – a conquista na galeria do auxiliar Bruno Pivetti, que comanda do time em Londrina. Para o Atlético, porém, é uma rara chance de ser bicampeão. O clube, segundo maior vencedor de títulos no Paraná, tem apenas três bicampeonatos na história.
A frase de Autuori repercutiu em Londrina. O gestor do clube, Sérgio Malucelli, criticou o treinador para justificar a recusa em mudar a data do jogo. “Disseram que era uma vergonha, agora querem ganhar?”, disparou. Sérgio é irmão do ex-presidente do Atlético Marcos Malucelli, desafeto do presidente do conselho atleticano Mario Petraglia. Ele próprio é rubro-negro notório, mas comanda o Tubarão em sua melhor fase. Com o técnico Claudio Tencatti, que completou seis anos à frente do clube e é o mais longevo do Brasil, tenta sua segunda final em seis temporadas, nas quais tirou o clube da B estadual e, conquistando um título paranaense no caminho, fez a escalada até a B nacional, quase ascendendo à Série A do Brasileirão em 2016.
Campeonato Paranaense – semifinal
Estádio do Café, Londrina-PR, domingo 23 de abril, 16h
LONDRINA X ATLÉTICO-PR
LONDRINA
Cesar; Igor Bosel, Marcondes, Matheus e Ayrton (Igor Miranda); Germano, Rafael Gava, Fabinho e Celsinho; Yaya e Paulo Rangel. Técnico: Claudio Tencati.
ATLÉTICO
Santos; Cascardo, Cléberson, Wanderson e Nicolas; Luis Otávio, Renan Paulino, João Pedro e Yago; Luis Henrique e Crysan. Técnico: Bruno Pivetti.
Árbitro: Rafael Traci
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