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Palmeiras terá conversa com elenco para conter pressão de ser "Real Madrid"

Felipe Melo é um dos líderes do discurso por união nas horas ruins - Eduardo Anizelli/Folhapress
Felipe Melo é um dos líderes do discurso por união nas horas ruins Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

19/04/2017 04h00

O Palmeiras se reapresenta nesta quarta-feira (19) com uma preocupação central: a pressão por precisar ganhar tudo e ser o "Real Madrid das Américas". Esse será um dos temas da conversa entre comissão técnica e jogadores no primeiro encontro após a sonora derrota por 3 a 0 para a Ponte Preta, na semifinal do Paulistão, em Campinas.

Nas análises do jogo, a apatia dentro de campo chamou a atenção e um dos motivos para tal problema, na visão da comissão técnica, foi o excesso de confiança. O trabalho de quarta-feira será fechado para a imprensa e a conversa será feita de maneira particular.

Embora jogadores, diretores e membros da comissão evitem falar publicamente que o Palmeiras tem o melhor elenco do país, há um consenso no clube que a pressão por parte da imprensa e da torcida poderá jogar contra nas horas mais difíceis.

A ideia do papo é justamente unir os atletas para que a pressão se transforme em motivação. É comum ver debates esportivos, seja entre torcedores ou jornalistas, apontando que o Palmeiras tem a obrigação de vencer as competições em que estiver, especialmente pelo investimento de R$ 75 milhões feito em 2017 para a contratação de jogadores.

Por causa disso, o time paulista já foi chamado de "Real Madrid das Américas", "melhor elenco da América do Sul" e é frequentemente apontado como favorito para conquistar a Libertadores. Atuais campeões brasileiros, os palmeirenses já temiam essa pressão desde o início da temporada.

O tema já vinha sendo alvo de conversas recorrentes dentro do grupo e até foi externado por Felipe Melo mais de uma vez nas suas últimas entrevistas. Logo depois da vitória heroica em cima do Peñarol, o volante disse que a união e a confiança precisam continuar em alta mesmo em uma possível derrota. "Não somos máquinas. Somos humanos e uma hora vamos perder", resumiu, antes do 3 a 0 diante da Ponte.

A expectativa da torcida também já tinha sido tema de entrevistas de Alexandre Mattos. O diretor veio a público na semana passada para pedir mais paciência da torcida com o lateral direito Fabiano, um dos mais vaiados na partida contra o Peñarol.

Eduardo Baptista é outro que agora passa a ficar no alvo de torcedores. O treinador, no entanto, segue com seu trabalho muito bem avaliado, seja pela diretoria ou pelo elenco. Em entrevista ao Fox Sports, Prass fez questão de chamar de "absurda" a ideia de que o grupo do Palmeiras rachou.