Carille deixa esquema de Tite e vê Corinthians crescer com novo Rodriguinho
Domínio de Jô pelo alto, passe no pé de Rodriguinho no campo ofensivo e enfiada de bola precisa para o gol do mesmo Jô.
Foi justamente assim, com a combinação entre o meia-atacante e o centroavante, que o Corinthians abriu o placar para a categórica vitória sobre o São Paulo, domingo passado, no Morumbi. Fundamental para o triunfo, o lance ilustra uma mudança importante, e pouco percebida, na equipe que tem crescido de produção nos jogos decisivos.
Levado à seleção brasileira por Tite, o sistema tático 4-1-4-1 foi uma das marcas do Corinthians nos últimos anos, sobretudo na conquista do Campeonato Brasileiro em 2015. A arrancada da equipe com Fábio Carille, porém, é marcada justamente pela substituição desse desenho (veja mais no final do artigo), o que ocorreu pela percepção sobre um jogador: o próprio Rodriguinho.
A troca de sistema para aproximar o meia de Jô
Adaptado para uma posição mais recuada em 2015, como meio-campista, Rodriguinho foi adiantado para jogar próximo de Jô, o que gerou a mudança de sistema tático para o 4-2-3-1. Foi esse o desenho tático corintiano, com variações, basicamente em todos os momentos entre 2008 e 2014.
A ideia de voltar a essa plataforma tática surgiu a partir de uma percepção da comissão de Fábio Carille, que observou que ofensivamente funcionava pouco o desenho do passado. Um dos efeitos era o isolamento do centroavante, que passou a ter uma companhia mais próxima, justamente como se mostrou no gol sobre o São Paulo.
Iniciar 2017 com o antigo sistema foi a escolha de Carille em razão da necessidade de resultados imediatos para trazer confiança à equipe. Mas, pouco a pouco, ele se definiu por adiantar Rodriguinho e apostar no poder de decisão do meia para aumentar a produção. Foi justamente assim, muito próximo a um atacante de área, que o jogador havia vivido bons momentos por Bragantino e América-MG no início da carreira.
Força defensiva permite maior liberdade para Rodriguinho
O que fortaleceu essa decisão, que tem se mostrado importante nas últimas partidas, é a estabilidade defensiva da equipe como um todo. A primeira linha de laterais e zagueiros mostra desempenho muito acima da média e a dupla de volantes, formada por Gabriel e Maycon, oferece proteção considerada suficiente.
Além disso, pelos lados do campo, o Corinthians normalmente conta com a recomposição forte do paraguaio Romero e, se Jadson está fora, acrescenta mais consistência com a entrada de Léo Jabá, Clayton ou mesmo Marquinhos Gabriel. Em muitos momentos, até por dores com as quais Rodriguinho tem convivido, Carille o libera de parte do trabalho defensivo.
Mais perto do gol, Rodriguinho tem dado ótima contribuição ofensiva para a equipe que ainda engatinha para ter, no ataque, desempenho tão efetivo quanto na defesa. Ele é o vice-artilheiro do Corinthians na temporada com cinco gols marcados, também contribuiu com duas assistências e tem enchido Fábio Carille de satisfação. Um ponto importante é o poder de decisão: todos os gols e assistências foram em jogos de mata-mata em 2017.
Assim, o 4-1-4-1 de Tite, tão emblemático durante os últimos anos, ficará cada vez mais como retrato de um passado distante do Corinthians.
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