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Caso Victor Ramos: STJD diz que laudos comprovam falsificação do Inter

Victor Ramos jogou irregularmente pelo Vitória segundo alegação do Internacional - Foto: Francisco Galvão/ Divulgação/ EC Vitória
Victor Ramos jogou irregularmente pelo Vitória segundo alegação do Internacional Imagem: Foto: Francisco Galvão/ Divulgação/ EC Vitória

Do UOL, em Porto Alegre

30/03/2017 16h51Atualizada em 31/03/2017 19h48

Através de seu site oficial, o STJD informou que os laudos realizados nos documentos utilizados pelo Inter no 'Caso Victor Ramos' comprovam adulteração. O vice jurídico do clube e o ex-presidente Vitório Píffero não estiveram presentes para se manifestar na sede da entidade, nesta quinta-feira. Uma nova data será marcada para as explicações. 

"As oitivas foram agendadas para a data de hoje após Mauro Marcelo ter finalizado a parte investigativa do inquérito e recebido os laudos/pareceres elaborados por peritos de São Paulo e Rio de Janeiro, que comprovaram a falsificação de parte dos e-mails inseridos em processos de interesse do Inter, tais como adulterações de: “forma e conteúdo, subtração de palavras, textos, nomes e frases, além de inserção indevida de palavras, letras e assinaturas, modificações essas de conteúdo capazes de descaracterizar o seu sentido original”", diz trecho da nota publicada no site oficial da entidade. 

A denúncia de documentos falsos foi encaminhada pela CBF e aceita pelo STJD, que analisa a situação. Sem a presença do vice jurídico Gustavo Juchem e do ex-presidente Vitório Píffero, que alegaram problemas de saúde e compromissos particulares para não se manifestarem nesta quinta, uma nova data será marcada. 

Entenda o caso

O Internacional entrou com processo alegando a inscrição irregular do jogador Victor Ramos pelo Vitória no ano passado. Sob a ótica vermelha, o jogador não poderia ser inscrito pelo rubro-negro baiano porque sua transação foi realizada fora do período de transferências internacionais. 

A CBF alegou que o jogador estava, antes, no Palmeiras e sua documentação não voltou ao clube de origem, o Monterrey, do México, dono dos direitos do atleta. 

Em sua defesa, o Internacional utilizou documentos em que supostamente o diretor de registros da CBF, Reynaldo Buzzoni, indicava o Vitória a proceder a transferência internacional do jogador. A CBF, por sua vez, alegava a falsidade destes documentos. 

Segundo informou o STJD, os laudos realizados no material comprovaram a versão da entidade. 

Enquanto isso, o Internacional contesta o sorteio do relator do processo, Mauro Marcelo. Indicado ao STJD pela CBF, o clube tentou barrar a presença dele na condução do caso, mas sem sucesso.

Cinco dias antes de audiência na Suíça

Como o STJD negou-se a julgar o caso da suposta inscrição irregular de Victor Ramos no ano passado, o Internacional procurou uma corte superior. Levou suas alegações a Corte Arbitral do Esporte, na Suíça. A audiência que irá apurar a situação ocorrerá dentro de cinco dias e não tem relação direta com a acusação de falsificação movida no Brasil. 

Através da CAS, o Internacional acredita que possa até voltar à primeira divisão do futebol brasileiro. A audiência para isso está marcada para o dia 4 de abril. 

Vice do Inter se diz surpreso

O vice jurídico do Inter, Gustavo Juchem se disse surpreso com a conduta do STJD em divulgar tal situação. "A divulgação é um tanto inusitada. Estamos trabalhando em cima disso, tivemos acesso ao processo apenas no final de semana. O que posso reafirmar é que não houve falsificação e vamos comprovar isso oportunamente", disse à Rádio Grenal. "O que achamos inconvenientes e inadequado é a divulgação. Passando a ideia de que é definitivo e inquestionável quando não é. Isso não é prudente porque as pessoas formam opiniões sem ter argumentos para tanto", acrescentou. "Não houve qualquer espécie de falsificação de qualquer pessoa ligada ao Internacional", finalizou. 

Presidente do STJD justifica

O presidente do STJD, Ronaldo Piacente, explicou a razão para divulgação da nota oficial. "A ideia é transparência. Como realmente havia alguns comentários que o Tribunal não dava acesso ao processo. É que eles estavam na perícia para verificar se havia ou não adulteração. Veio a resposta da perícia, positiva, e agora as partes serão intimadas, hoje eram para serem ouvidos o ex-presidente do Inter e os advogados, que por motivo de doença, não compareceram. O advogado tinha um compromisso. Então hoje não foi realizada oitiva e o dr Mauro Marcelo realizará uma nova data para que sejam ouvidos", disse à Rádio Gaúcha. 
 
"Quem deu origem a toda esta confusão foi o Internacional, que juntou o documento. Não digo que o Inter falsificou o documento. Agora, o documento existe e a perícia fala que ele foi adulterado. O documento estava na mão do Inter, quem falsificou, quem juntou, isso é que vai ser analisado", completou.