Atlético-PR é acusado de coação por dívida com jogador; contrato é suspenso
O meia Vinícius e o Atlético Paranaense entraram em atrito publicamente nesta terça (28), e a discussão acabou com direito a boletim de ocorrência na polícia e suspensão do contrato por sete dias. Natural de Curitiba e declaradamente torcedor do Furacão, o jogador participou da campanha do Brasileirão 2016 até a metade, quando foi afastado pela diretoria e emprestado ao Náutico.
Com contrato até 2018, não foi aproveitado nesta temporada e vinha treinando em separado, até que em uma reunião entre ele, seu pai e procurador Praxedes Barbosa, o vice-presidente de futebol Marcio Lara e o diretor Sidiclei Menezes acabou em ofensas.
Vinícius foi procurado pelo UOL Esporte, mas pediu para não se manifestar. O advogado dele, Marcelo Ribeiro, declarou que o Atlético deve R$ 1 milhão e 51 mil pelas luvas da contratação do jogador, em janeiro de 2016. Sem ser utilizado pelo Furacão, Vinícius seria emprestado ao Avaí, mas a negociação furou sem explicações públicas. “Ele fez exames, os salários seriam meio a meio, e na hora de assinar contrato o Avaí avisou que o (presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso) Petraglia só ia liberar se der quitação nas luvas. Então ele voltou”, contou Ribeiro.
Na reunião que resultou em boletim de ocorrência, Vinícius disse aos seus advogados ter ouvido do vice-presidente Marcio Lara a ordem para abrir mão das luvas. “Guerra é guerra, cuidado para andar em Curitiba”, seria a frase ouvida pelo meia.
O UOL Esporte também procurou Marcio Lara, que limitou-se a dizer: “Nada a declarar. Nossa versão está no site.” Em nota, o Atlético confirmou o encontro “para renegociar termos” e queixou-se de insubordinação: “(...) entender os motivos que o levaram a não aceitar o seu empréstimo para o Avaí, mesmo após aceite inicial da proposta e da realização de exames médicos no clube catarinense, nos dias 14 e 15 de março. Nesta oportunidade, o atleta agiu de forma extremamente ofensiva e desrespeitosa, inclusive ofendendo a honra e a moral do gerente do CAP, chamando-o de mentiroso e ameaçando-o com as seguintes palavras: “vai encarar?”, em claro ato de indisciplina, insubordinação e mau procedimento.” O Atlético ainda afirma que Sidiclei Menezes também procurou a polícia e fez boletim de ocorrência.
A discussão seguirá na Justiça do Trabalho. Os advogados do jogador confirmaram que fizeram uma notificação para que Vinícius seja reintegrado ao grupo principal e possa atuar pelo clube.
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