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Paulinho vai de encostado a peça-chave na seleção em dois anos

Paulinho comemora o seu terceiro gol na vitória do Brasil por 4 a 1 - Natacha Pisarenko/AP
Paulinho comemora o seu terceiro gol na vitória do Brasil por 4 a 1 Imagem: Natacha Pisarenko/AP

Danilo Lavieri

Do UOL, em Montevidéu (Uruguai)

24/03/2017 04h00

Assim que leu o nome de Paulinho em sua convocação, Tite foi contestado. Alguns questionaram a escolha do treinador e o acusaram de “clubismo”, pela boa relação que ambos tiveram no Corinthians. As críticas ficavam ainda mais pesadas após o volante não ter dado certo na Europa e ter optado por atuar na China. Dois anos depois, no entanto, o técnico mostrou que fez a opção certa.

Não só porque o atleta fez três dos quatro gols na vitória em cima do Uruguai, mas pela importância do volante na equipe. Hoje, é impossível entender uma seleção sem a presença dele ao lado de outro que também gerou críticas, mas já vinha sendo convocado por Dunga: Renato Augusto.

Paulinho ficou dois anos afastado da amarelinha e jamais teve seu nome cotado entre possíveis atletas para a seleção brasileira. Sua última participação havia sido no melancólico 3 a 0 para a Holanda na disputa de terceiro colocado da Copa do Mundo de 2014 após o vexame do 7 a 1.

Antes, teve participação especial na conquista da Copa das Confederações, inclusive com gol em cima do próprio Uruguai na semifinal. Sua primeira convocação veio com Mano Menezes, em 2011.

Atualmente, o jogador tem papel fundamental na linha de 4 do comandante tanto na defesa quanto no ataque. Ele é um dos principais mordedores do meio-campo e evita que a bola passe da intermediária brasileira. Quando o time tem a bola, aparece à frente para dar opção de jogo e arrisca viver dias de artilheiro.

“Foi a primeira vez na carreira que fiz os três gols. É muito legal, mas o mais importante foi a vitória. Preciso agradecer bastante o Guangzhou (time dele na China) também por estar em um bom momento”, resumiu Paulinho.

“No futebol, não tem muita explicação, é momento. Saí por um tempo e, quando tive a chance, retornei bem e fiz meu melhor. Isso (ter ido para a China) faz diferença, como já falei em outras entrevistas. Mas estamos bem para estarmos aqui. Eu, Renato e Gil já sabíamos disso quando fomos para lá”, completou.

Com Tite, ele esteve em quase todos os jogos. O único que perdeu foi por conta do acúmulo de cartões amarelos. Ele já tem quatro gols em seis jogos (todos por 90 minutos, com exceção do jogo contra a Colômbia quando saiu aos 26 minutos do 2º tempo).