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Reintegrado após sumiço, atacante passa por teste toxicológico no Santos

Diogo Vitor é uma das grandes promessas do clube. Ele agora é agenciado por Wagner Ribeiro - Divulgação/SantosFC
Diogo Vitor é uma das grandes promessas do clube. Ele agora é agenciado por Wagner Ribeiro Imagem: Divulgação/SantosFC

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

24/03/2017 04h00

A nova chance dada pelo Santos ao atacante Diogo Vitor, reintegrado ao time B no início de março após quase quatro meses de sumiço, ainda é cercada por cuidados na Vila Belmiro.

O UOL Esporte apurou que o atleta, considerado uma das principais promessas do clube, foi submetido a um exame toxicológico para poder permanecer no clube e já tem conversa pessoal agendada com o presidente Modesto Roma Júnior.

A análise feita no exame serve para apontar se há uso de substâncias ilícitas no organismo, como uma série de drogas, por um período de até 90 dias. O atleta não apontou problemas nesse sentido. Mesmo assim, terá desta vez uma conversa com Modesto.

O trabalho de membros da comissão técnica do Santos B, diretoria e até de alguns jogadores é de convencê-lo a não retroceder.

Atualmente, Diogo Vitor é agenciado por Wagner Ribeiro, que lhe indicou o tratamento com uma psicóloga.

Diogo Vitor tem treinado sob o comando do técnico Kleiton Lima no Santos B normalmente. Recentemente, teve boa atuação em um jogo-treino diante do Jabaquara, quando deu assistência para três dos seis gols da equipe.

Ele ficou sumido desde novembro do ano passado, quando sofreu uma lesão após uma partida pela equipe sub-20.

O Santos optou por não rescindir o contrato do atacante, que termina em março de 2018. Legalmente, o clube poderia ter feito isso, alegando abandono de emprego, mas preferiu dar nova oportunidade a joia.

Entende-se o motivo de o Santos não querer a rescisão: além de o caso parar na Justiça, já que o jogador provavelmente não teria a quantia da multa, o clube ainda perderia uma de suas principais promessas da atualidade.

No período de ausência, o clube suspendeu o pagamento do atleta, que coleciona uma série de histórias e problemas desde as categorias de base.

A reportagem ainda aguarda uma posição do Santos sobre o teste toxicológico. A assessoria de imprensa do clube prometeu uma resposta, que não chegou até o fechamento desta reportagem. Diogo Vitor, por sua vez, já confirmou o exame e, inclusive, que o resultado foi negativo. 

O polêmico histórico da joia santista

Somente no período com o sub-23 foram dois sumiços, com direito a punição salarial e suspensões. Em uma delas, Diogo Vitor alegou conjuntivite, mas não se apresentou ao departamento médico. Na equipe principal, ele sumiu uma vez e foi dispensado pelo técnico Dorival Júnior. Antes disso, já colecionava outros problemas.

"Ele tem potencial enorme, precisa de ajuda, apoio, mas ele mesmo não está afim. E quando a pessoa não está afim as coisas se complicam muito mais. É uma pena, uma judiação você ter um garoto com esse, com potencial, mas com todas as oportunidades dadas dentro do Santos, ele está virando a cara para todas elas", afirmou Dorival à época.

"Ele não está querendo construir uma carreira. É o reflexo da sociedade que vivemos. Demos toda a atenção, os jogadores o acolherem, mas ele se volta para um outro lado, não sei o que se passa na cabeça dele, é muito difícil, é uma pena, pois seria um jogador muito promissor, de ter uma evolução muito grande na carreira", completou.

Em um de seus sumiços no Santos, no ano passado, Diogo Vitor alegou que a sua avó, Maria Luzia, havia morrido para se justificar. A cúpula santista ficou sensibilizada com o fato e ligou na casa do jogador, mas se surpreendeu mais uma vez, já que a própria avó atendeu a ligação. Dona Maria diz que ficou surpresa com a história e não sabe dizer se o neto faltou com a verdade ou se cometeu um engano, pois quem morreu foi a bisavó do atleta.

A revelação santista seria apresentada ao torcedor na Copa São Paulo do ano passado, mas sumiu e não participou da competição. Diogo alegou dor de dente e ainda rejeitou o tratamento do clube. A situação parecia melhorar quando ele se reapresentou e até marcou gol pelo time B na Copa Paulista, mas ele voltou a sumir.

Diogo também ficou deslumbrado com o dinheiro que recebeu após assinar o seu primeiro contrato com o Santos. O atacante ganhou luvas de seus empresários e gastou o montante comprando um Camaro e em noitadas, fato admitido pelos seus familiares ao UOL Esporte.