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Tite defende Ganso e crê no sucesso do meia na Europa: "Questão de tempo"

Reprodução/UOL Esporte
Imagem: Reprodução/UOL Esporte

Do UOL, em São Paulo

26/02/2017 11h24

Treinador da seleção brasileira, Tite acredita que o meia Paulo Henrique Ganso, em má fase no Sevilla, ainda fará sucesso no futebol europeu. O comandante da equipe nacional deu entrevista ao jornal português O Jogo, publicada neste domingo (26), na qual revela até conversa com o armador revelado pelo Santos.

"Já conversei com Ganso. Disse, logo no início da conversa: 'Você é o jogador que me obrigava a dar uma orientação especial para o Ralf [ex-volante do Corinthians] nos jogos contra o Santos e, posteriormente, contra o São Paulo'. Ele é um meia ofensivo que não pode ter espaço para jogar, é muito criativo. A capacidade de assistência dele é impressionante", contou. 

Tite ainda levantou hipóteses sobre os motivos que impediram Ganso de deslanchar nesse começo de carreira no futebol internacional. Segundo ele, questões pessoais podem influenciar o desempenho do jogador dentro de campo. 

"Ele tem uma filha com menos de 30 dias, está num processo de adaptação, que também é um processo familiar. O Daniel Alves, por exemplo, demorou um ano e meio para desenvolver o futebol dele no Sevilha. É questão de tempo", apostou.

Paulo Henrique Ganso acertou contrato de cinco anos com o Sevilla em junho de 2016, mas está sendo pouco aproveitado pelo técnico Jorge Sampaoli. Em 2017 fez apenas um jogo e não é nem mesmo relacionado para as partidas desde 12 de janeiro. O comandante argentino, publicamente, tem cobrado mais esforço do atleta. 

Tite acrescentou: "Ganso deu um passo desafiador na carreira, precisava de jogar num grande centro. Está sendo desafiado para um processo novo, dentro de um futebol altamente competitivo. Repito: é questão de tempo", disse o treinador, que também destacou positivamente as opções do Sevilla para o setor, N'Zonzi e Nasri. "Vale dizer que eles jogam muito". 

Na entrevista, o jornal pediu para Tite destacar jogadores do futebol europeu, excluindo Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar. O brasileiro escolheu três: Griezmann, atacante francês do Atlético de Madri, Paul Pogba, meia francês do Manchester United, e Marco Verratti, volante italiano do Paris Saint-Germain. 

"Gosto muito do Pogba e do Griezmann. O Griezmann evoluiu muito. Em 2014, na seleção francesa, jogava pelo lado, aberto pela esquerda. Hoje, já joga numa faixa mais central do campo, onde a criatividade dele evoluiu. Vi uma assistência dele, há dias, que foi um lances do mais lindos que já vi! Ele desenvolveu outras habilidades e capacidades que são impressionantes. O Pogba, no Manchester United, está mais solto para encostar no Ibrahimovic, tem mais ação ofensiva. Tem outro: Verratti. Jogou muito contra o Barcelona. Muito! Tem jogado muito, aliás. Mas quero ver o comportamento dele no jogo da volta contra o Barcelona". 

Sondado pelo Porto em 2016, Tite preferiu Corinthians

"A última vez que saiu técnico do porto [José Peseiro, maio de 2016], e eu não estava na seleção, eu queria terminar meu trabalho no Corinthians. Tinham pessoas de quem eu gostava muito por lá - Edu, Roberto [de Andrade], Alessandro - e nós tínhamos um plano. Depois apareceu a seleção brasileira, e eu fui vaidoso, orgulhoso, sei lá o que eu fui, e interrompi esse projeto em nome de um sonho meu. Nesse meio tempo teve possibilidade do Porto. Sondagem teve". 

E também já recusou a China

"Sim, tive [proposta da China]. Foi no fim de 2013, logo depois que deixei o Corinthians. Na época, no entanto, eu apostava na oportunidade de assumir a seleção brasileira. Acreditava que, se fosse para o futebol chinês, poderia perder visibilidade. Queria mostrar o meu trabalho".

Foco total: Tite evita pensar para depois da Copa de 2018

"Não pensei nisto ainda, admito [se poderia assumir time europeu após a Copa da Rússia]. Quando fui campeão mundial com o Corinthians, em 2012, senti que fiquei habilitado para ser lembrado dentro da seleção brasileira. Consegui, hoje estou na seleção. Agora, o foco é o apuramento e, em seguida, a disputa do Mundial. Se o Brasil for campeão, quero dar um tempo e analisar o rumo da minha carreira, porque é difícil planejar o futebol a longo prazo. Mas uma coisa é certa: terei atingido o máximo em termos de posição profissional".