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Parceiro do Fla ameaça deixar disputa do Maracanã, que se aproxima de rival

Gilvan de Souza/Flamengo
Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/02/2017 15h16

A GL Events sinalizou que desistiria do processo licitatório do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). O grupo não concordou com as condições impostas pela Odebrecht, responsável pela reforma do estádio. Mas, dentro da construtora, a ameaça é vista como uma forma de pressão na negociação. A informação é especialmente relevante porque esse era o parceiro de Flamengo e Fluminense na disputa pela administração do equipamento.

Uma desistência da GL Events tonará o grupo francês Lagardère o único interessado em assumir o controle do Maracanã. A informação foi publicada originalmente pelo jornal “O Globo” e confirmada pelo UOL Esporte com representantes do consórcio. A assessoria da GL Events informou que desistiria da concorrência por falta de segurança jurídica pelo modelo proposto pela Odebrecht, mas disse ainda ter interesse no estádio se houver mudança nos termos.

A questão é especialmente relevante para o Flamengo, cuja diretoria já anunciou que não vai assumir o Maracanã com a Lagardère como gestora. O Fluminense, que busca manter os termos do contrato atual, aceitaria conversar com o grupo francês.

Enquanto a GL Events reluta, a negociação das Lagardère continua já que a empresa aceitou vários dos termos das concessão. A negociação com a Odebrecht, no entanto, ainda não tem acordo com nenhum dos dois consórcios, ambos habilitados pelo governo Estadual. O valor a ser pago para a construtora é de cerca de R$ 60 milhões.

A proposta formal da Lagardère para assumir a gestão do Maracanã foi entregue à Odebrecht na última segunda-feira (20). O grupo apresentou ideia de investimento em torno de R$ 500 milhões no estádio durante 33 anos de contrato.

Além da proposta, a Lagardère apresentou garantias financeiras necessárias para a licitação. Os grupos interessados na gestão do estádio devem assumir reparos, manutenção, gestão e dívidas do equipamento.

GL e Lagardère vinham conversando havia meses sobre o futuro do Maracanã, estádio que foi palco da decisão da Copa do Mundo de 2014 e que recebeu também as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016. Havia na Odebrecht uma expectativa de finalizar o processo ainda nesta semana, antes do Carnaval.

Outro fator complicador para o Flamengo é que a discussão sobre o Maracanã cria um cenário difícil para o clube. O Botafogo não permite que a equipe rubro-negra jogue no estádio Nilton Santos, e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) vetou neste ano a venda de mando para outras cidades.