Romário envia "seu" relatório sobre CPI da CBF para juiz Moro, da Lava Jato
O senador Romário (PSB-RJ) enviou seu relatório alternativo sobre a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da CBF ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, e a outras autoridades (pelo menos 40) de diversas esferas da Justiça e Ministério Público, entre outros.
Há duas versões de relatórios da CPI em questão: a oficial, do relator da comissão, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), e a do “voto em separado”, nome regimental para um “relatório alternativo”, apresentada pelos senadores Romário e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O primeiro foi considerado "genérico, chapa-branca e indolor” pelos autores do segundo.
Segundo a assessoria de imprensa de Romário, a intenção é deixar Sérgio Moro a par da situação, uma vez que o lobista Milton Lyra, alvo da Lava Jato, é “presença constante nos corredores da CBF”. Lyra, supostamente ligado aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá, foi levado a depor em condução coercitiva durante a Operação Ormertà, 35ª fase da Operação Lava Jato, em 26 de setembro de 2016. O empresário também teve casa e escritório investigados por mandado de busca e apreensão.
O relatório apresentado por Randolfe e Romário tem texto com mais de mil páginas (o de Jucá tem 380 páginas) e é tido como mais “linha dura” do que o oficial. Nele, os senadores pedem indiciamento do presidente da CBF, Marco Polo del Nero, e de seus antecessores, Ricardo Teixeira e José Maria Marin, por "estelionato, crime contra a ordem tributária, crime contra o Sistema Financeiro Nacional, lavagem de dinheiro e organização criminosa".
Dentre as outras 17 “personalidades da Justiça” que receberam o documento de Romário estão também o procurador da República Deltan Dellagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, e ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
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