Tribunal suspende Vasco de Ato Trabalhista; clube se irrita com oposição
Um ex-integrante da oposição do Vasco moveu ação no Órgão Especial do TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho) e conseguiu tirar o clube do Ato Trabalhista. A diretoria ficou bastante irritada com o episódio e disse que recorrerá da decisão. O responsável pela ação é o advogado Alan Belaciano, que acusou o Cruzmaltino de não pagar em dia, além de ter expirado o período de dez anos.
“O Vasco foi retirado porque não cumpriu com as obrigações trabalhistas básicas [salários atrasados, FGTS e não pagamento das verbas rescisórias no prazo legal de dez dias] e também porque o Ato só pode ser por dez anos para que o clube se organize administrativa e financeiramente, mas o Vasco já está no ato desde 2003 [nota da redação: renovou o ato em 2011]”, explicou Belaciano ao UOL Esporte.
“Na minha opinião, o Vasco não pode voltar ao Ato porque a lei prevê expressamente que só pode ficar por dez anos. O clube tem que se organizar e adotar uma administração profissional e simples. A ausência pode prejudicar se não fizer isso, pois as dívidas só aumentam, e ninguém pensa no clube, só nos mandatos”, concluiu o advogado.
O vice-presidente jurídico do Vasco, Paulo Reis, se mostrou revoltado com o episódio. Segundo ele, tudo ocorreu meramente por interesse político e que a medida pode atrapalhar bastante o clube.
"Há uma ação proposta por um membro da oposição do clube tentando cancelar o Ato. O processo tem andado, o Vasco já apresentou esclarecimentos. Diz que os clientes dele estariam sendo prejudicados. É uma grande mentira, porque os clientes não foram incluídos. Mesmo assim determinaram a suspensão do Ato do Vasco. Mas isso não é de imediato. Será publicada ainda, e o Vasco tem o direito de apresentar recurso. O clube tentará efeito suspensivo para que o Ato fique válido até o julgamento final. É lamentável que uma pessoa faça isso com intuito político. Quer inviabilizar a vida do clube. Estamos tentando liquidar o passado. O Vasco fica sem condição de andar", lamentou Paulo Reis.
No Ato Trabalhista, o Vasco cria uma lista de devedores de dividas trabalhistas e paga uma quantia mensal. O valor é escalonado e cresce com o tempo: atualmente, o Cruz-Maltino deposita cerca de R$ 1,3 milhão por mês. No Ato, o Vasco evita que penhoras atrapalhem o fluxo de caixa do clube, mas desde que pague a quantia mensal. Fora dele, o clube de São Januário pode sofrer de asfixia financeira.
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