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Pato recusou China há um ano, e fez Corinthians deixar de ganhar R$ 37 mi

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

30/01/2017 04h00

Atualizado às 11h54

Antes de acertar transferência para Tianjin Quanjian nesta segunda-feira (30), Alexandre Pato disse não à China. Foi em janeiro do ano passado. Se tivesse aceitado jogar no futebol do país asiático naquela ocasião, o atacante teria livrado o Corinthians de um prejuízo de R$ 36,9 milhões.

Alexandre Pato acertou contrato de três anos com o Tianjin, em uma transação de 18 milhões de euros (R$ 60 milhões). Mas quando recusou a proposta do Tianjin Quanjian, o mesmo clube que fez proposta por ele agora, a qual foi aceita pelo atacante, Pato levou os dirigentes do Corinthians à loucura. Na ocasião, o clube paulista via no interesse chinês uma chance de amenizar os prejuízos que teve com a contratação do atleta.

O Corinthians, então, emprestou o atacante para o Chelsea. Seis meses depois, aceitou vendê-lo para o Villarreal-ESP. Dono de 60% dos direitos econômicos, o clube paulista embolsou R$ 10,8 milhões por 50% dos direitos, mantendo 10% - com isso, o clube receberá aproximadamente R$ 6 milhões.

Ao receber a quantia, o Corinthians conseguiu abater muito pouco do que já havia desembolsado entre 2013 e 2016, incluindo o valor da contratação corrigido pela inflação, os salários pagos. No total, o clube deixou de ganhar R$ 61,9 milhões. Com a venda para o time chinês concretizada, a perda chegou a R$ 55,9 milhões.

Quando contratou Pato, o Corinthians pagou 15 milhões de euros (R$ 40,5 milhões na cotação da época) - o valor corrigido pela inflação (índice IPC-A), até julho de 2016, é de R$ 52,7 milhões.

A diretoria alvinegra ainda gastou R$ 26,5 milhões em salário, contando R$ 800 mil mensais quando ele defendia o Corinthians e R$ 400 mil na época em que o jogador atuava pelo São Paulo (todos os valores foram corrigidos pela inflação). O Chelsea, no primeiro semestre de 2016, foi o responsável pelo seus vencimentos.

Ao vender o meia Jadson para o mesmo Tianjin Quanjia, o Corinthians "salvou" R$ 6,3 milhões (R$ 6,5 milhões, com correção). Em janeiro, o clube chinês pagou a multa rescisória de 5 milhões de euros (R$ 21 milhões). O clube paulista era dono de 30% dos direitos econômicos do jogador.


Mas e se Pato tivesse ido à China há um ano?

Em janeiro passado, o Tianjin Quanjia aceitou pagar 20 milhões de euros (R$ 88,1 milhões na cotação da época) por Pato. Dono de 60% dos direitos, o Corinthians ficaria com R$ 52,8 milhões.
O dinheiro serviria para abater o prejuízo acumulado até então: R$ 51,6 milhões da compra (R$ 40,5 milhões de 2013 corrigidos pela inflação) e R$ 26,5 milhões em salários. Com os ganhos com a venda de Jadson (R$ 6,3 milhões), o rombo corintiano chegaria a R$ 19 milhões em vez de R$ 55,9 milhões - diferença de R$ 36,9 milhões.


Confira detalhes do prejuízo do Corinthians

Com Pato vendido ao Villarreal
Compra: R$ 52,7 milhões
Salários: R$ 26,5 milhões
Venda de Jadson: R$ 6,5 milhões
Venda de Pato: R$ 10,8 milhões
10% da venda à China em 2017: R$ 6 milhões
Prejuízo: R$ 55,9 milhões
Como seria se ele aceitasse a proposta chinesa em 2016
Compra: R$ 51,6 milhões
Salários: R$ 26,5 milhões
Venda de Jadson: R$ 6,3 milhões
Venda de Pato: R$ 52,8 milhões
Prejuízo: R$ 19 milhões