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Desmanche do Corinthians em 2016 salvou clube de rombo financeiro

Corinthians de 2015 sofreu desmanche nos primeiros meses de 2016 - Eduardo Anizelli / Folhapress
Corinthians de 2015 sofreu desmanche nos primeiros meses de 2016 Imagem: Eduardo Anizelli / Folhapress

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

25/01/2017 04h00

O Corinthians sofreu há um ano com o desmanche da equipe campeã brasileira em 2015. Com as saídas em massa dos principais jogadores do time alvinegro, a equipe paulista fechou a temporada 2016 sem título e vaga na Libertadores. As transferências, porém, serviram para salvar o clube de um rombo financeiro em 2016.

Segundo o balanço financeiro do clube, o valor das vendas chegou a R$ 144,3 milhões. Sem as negociações, o Corinthians teria um prejuízo milionário nos primeiros três trimestres de 2016. No período, o Corinthians registrou superavit de R$ 69,4 milhões.

Sem o desmanche, portanto, o deficit nos primeiros nove meses de 2016 seria, no mínimo, superior a R$ 5 milhões, já que o Corinthians gastou R$ 69,9 milhões com novas contratações e "custos com vendas".

Com novo deficit, o clube viveria cenário similar aos da temporada 2015 e 2014, quando o prejuízo financeiro em cada um desses anos chegou a R$ 97 milhões.

Após o Corinthians se sagrar campeão do Brasileirão 2015, a diretoria acertou as vendas do zagueiro Gil, o volante Ralf, os meias Jadson e Renato Augusto, além dos atacantes Vagner Love e Malcom. Nos meses seguintes, Felipe, Bruno Henrique e Elias também entraram para a lista.

Somente com a venda de Gil, o Corinthians recebeu R$ 39,5 milhões. O Shandong Luneng, da China, pagou a multa rescisória de 10 milhões de euros (R$ 43,9 milhões na época) - o alvinegros eram dono de 90% dos direitos econômicos do zagueiro. Por Renato Augusto, o clube paulista embolsou aproximadamente R$ 17 milhões.

Gil - Corinthians - Eduardo Knapp/Folhapress - Eduardo Knapp/Folhapress
Corinthians recebeu R$ 39,5 milhões por Gil
Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Hoje, apenas dois atletas do time de 2015 ainda defendem o Corinthians: o goleiro Cássio e o lateral direito Fagner - Uendel também deixou o clube no começo desta temporada, após acerto com o Inter.

Ponto fora da curva

O valor obtido pelo Corinthians com o desmanche de 2015, da ordem de R$ 144,1 milhões, é bastante superior ao dos últimos anos. O melhor resultado do clube havia sido em 2013: R$ 69,1 milhões (a quantia corrigida pelo índice IPCA da inflação atinge R$ 87,3 milhões).

Nos anos deficitários, o resultado foi pior. Em 2014, a receita com "repasses de direitos federativos" chegou a R$ 41,1 milhões (R$ 49 milhões com correção). Na temporada seguinte, R$ 51,9 milhões (R$ 55,9 milhões corrigidos).

Vale lembrar que o Corinthians não conta com a receita de bilheteria desde maio de 2014. Naquele ano e em 2015, o fato contribui para o clube fechar no vermelho. Os resultados do social e do esporte amador também ajudaram. Os deficit chegaram a R$ 48,2 milhões e R$ 24,2 milhões, respectivamente.

Elenco de 2015 x elenco atual

A força do elenco corintiano de 2015, credenciado pelo título brasileiro, perdeu-se em 2016, com resultados ruins em campo. Da mesma maneira, o Corinthians viu diminuir a possibilidade de reforçar os cofres do clube com transferências de atletas.

Hoje, dois jogadores do elenco têm potencial para receber propostas de clubes de fora: o lateral Fagner e o meia Rodriguinho, ambos convocados pelo técnico Tite para o amistoso da seleção brasileira desta quarta-feira contra a Colômbia.

Na contramão do que ocorreu em 2015, o Corinthians tenta trazer de volta o meio-campista Jadson. Para isso, o clube está disposto a desembolsar R$ 450 mil mensais, além de luvas de R$ 3 milhões diluídas em 36 meses de contrato. O clube também busca a contratação de Drogba. Nesse caso, o Corinthians admite pagar até R$ 500 mil mensais.