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Henzel fala sobre voar de novo: "Deu turbulência e eu era o mais tranquilo"

Sem medo de voar, Henzel tem meta de narrar a Chape na Venezuela em março

UOL Esporte

Do UOL, em São Paulo

19/01/2017 12h44

O jornalista Rafael Henzel, um dos seis sobreviventes do voo da Chapecoense, voltou a entrar em um avião comercial para participar do programa Encontro no Rio de Janeiro e afirmou que ficou tranquilo durante todo o voo, mesmo com a turbulência durante parte do trajeto desde Chapecó.

"Ontem, quando saí de Chapecó, o comandante me chamou na cabine e até pensei: 'Ele deve estar achando que vou surtar aqui, querendo conversar comigo'. Conversamos e tenho certeza que isso jamais vai voltar a acontecer, porque avião não cai. Tenho certeza que avião não cai. Sempre acreditar que as pessoas que estão trabalhando, de repente, seja num plano de voo, nos aeroportos, outros pilotos, é ter um mínimo de segurança. Para foi bem tranquilo, vim tranquilão. Deu turbulência, acho que era o mais tranquilo de todos na turbulência e aí cheguei aqui e estou muito feliz", disse.   

Esta não foi o primeiro voo que Henzel fez desde a tragédia. Ele retornou da Colômbia, após dias internados, em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).

"Desde que comecei a me recuperar lá na Colômbia, eu pensei o seguinte: vou confrontar os meus medos. Voltar para a Arena Condá, voltar pra ver o que não vi naquele velório coletivo, voltar para o meu grupo de amigos. Vou me emocionar no primeiro, mas depois no segundo não vou mais. Eu viajei com o avião da FAB. Tirando a maca, que era um pouco pequena, e fiquei um pouco desconfortável, foi maravilhoso. Entendi que foi uma sucessão de erros humanos. Não foi tempestade, foi erro humano e a gente tem que levar isso pra nossa vida, porque muitas vezes a gente deixa tão relapsos no dia-a-dia que pode culminar em alguma coisa, não tão grave, obviamente. Guardadas as devidas proporções", disse.

Na próxima quarta-feira (25), Brasil e Colômbia se enfrentarão no Engenhão no "Jogo da Amizade" para ajudar a família das vítimas da tragédia aérea da Chapecoense. E para o jornalista, a partida tem um significado especial.

"Esse jogo é fundamental. Brasil e Colômbia, que tantas vezes se encontraram em jogos tensos na Copa, na Copa América, agora a Chapecoense aproximou essas duas seleções. Vai ser muito importante para a Chapecoense, para as famílias, também. Que possa ter esse jogo com estádio lotado, é uma oportunidade importante pros demais jogadores que não vinham tendo chance na seleção, mas principalmente para esse tipo de jogo, tão humano, que é essa partida, disse durante entrevista no programa Encontro, da Rede Globo.

Henzel vai narrar a partida, mas antes fará seu retorno a um estádio de futebol no sábado para o amistoso entre Chapecoense e Palmeiras na Arena Condá.

"Foi meu último jogo (Palmeiras 1 x 0 Chapecoense, pelo Brasileiro de 2016) e o próximo será sábado. Primeiro jogo da minha nova vida e primeiro da nova vida da Chapecoense", afirmou.