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Ronaldinho discutiu mais produtividade e menos marketing com o Coritiba

Ronaldinho ainda estuda o que fará em 2017 - Phil Noble/Reuters
Ronaldinho ainda estuda o que fará em 2017 Imagem: Phil Noble/Reuters

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em Curitiba (PR)

18/01/2017 10h34

Ronaldinho – representado pelo irmão e empresário Assis – recebeu no final de tarde desta terça-feira (18) representantes do Coritiba para uma primeira conversa sobre a possibilidade do meia se juntar ao time paranaense na temporada 2017. O presidente coxa-branca Rogério Bacellar e o diretor de relações internacionais do clube (e amigo de Ronaldinho) Juliano Belletti, estiveram na casa de Assis, no Rio de Janeiro, para apresentar um projeto para o jogador, mas acabaram ouvindo algo um pouco diferente do que esperavam.

“Eles ficaram de nos apresentar um projeto similar ao que foi feito no Atlético Mineiro”, disse o vice-presidente do Coritiba José Fernando Macedo. Em contato com a reportagem, Assis disse que a conversa foi amistosa e apenas para sondagem do interesse do meia-campista, sem aprofundar ainda os termos de uma possível contratação. “Ficamos de falar mais para frente”, resumiu.

No Atlético-MG, Ronaldinho assinou um contrato por produtividade. Ele chegou ao Atlético-MG em 2012 em situação similar à do Coritiba: com calendário restrito, eliminado da Copa do Brasil, a disputar apenas o Brasileirão. O Coxa não se classificou para a Copa Sul-Americana em 2017 e terá pela frente o Paranaense, a Copa do Brasil e a competição nacional de pontos corridos. Em 34 jogos pelo Galo, marcou 10 gols e ajudou o time de Minas Gerais a ser vice-campeão nacional, se classificando para a Libertadores do ano seguinte, quando seria campeão. Ao todo, foram 85 jogos pelo time mineiro, com 27 gols e 29 assistências.

O salário fixo de Ronaldinho era de cerca de R$ 300 mil à época, mas com bonificações por gols e assistências, chegou a faturar R$ 900 mil por mês. Além disso, como também consta na proposta planejada pelo Coritiba, faturou comissão com a venda de camisas, um acréscimo de R$ 160 mil por 4% sobre o valor total. Além disso, teria direito à premiações cujos valores não foram divulgados pelos títulos da Libertadores, Mineiro e Recopa Sul-Americana. Em agosto de 2016, Ronaldinho entrou com uma ação na Justiça do Trabalho de Minas Gerais para receber R$ 300 mil que teriam ficado pendentes ao final do contrato.

A proposta elaborada pelo Coritiba daria R$ 300 mil mensais ao jogador, mais bonificações por acréscimo em tudo que exceder os atuais padrões de venda do clube em bilheteria (média de 9.711 em 2016), número de sócios (atualmente, cerca de 14 mil em dia), venda de camisas e de espaços publicitários.

Em entrevista ao programa Bate-Bola da ESPN Brasil na tarde desta terça (17), José Fernando Macedo afirmou que Coritiba tratará com "carinho" a proposta a ser enviada pelo staff de Ronaldinho, mas que o clube tem como política a austeridade financeira. 

"Tudo que se falar agora é especulação, temos que administrar com os pés no chão, não podemos ultrapassar nosso limite financeiro, mas desde que esteja dentro das possibilidades do Coritiba, vamos tratar com muito carinho", afirmou o vice-presidente do Coxa.

"Isso ainda não foi nem debatido pelo departamento de futebol e com os jogadores. Existe uma proposta, que nós não temos acesso ainda, a partir do momento que tivemos a proposta, vamos avaliar a parte médica, clínica, técnica, financeira, o Ronaldinho joga em qualquer time do mundo pelas qualidade técnicas, mas vai depender das tratativas futuras entre diretoria, financeiro, investidores possíveis", acrescentou José Fernando Macedo, que ainda informou não haver prazo definido para o envio da proposta.