Concessionária liderada pela Odebrecht acata liminar e reassume o Maracanã
A concessionária que administra o Maracanã informou, na noite desta quarta-feira (18), que reassume a concessão do Maracanã e do ginásio Maracanãzinho, acatando liminar obtida pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. A Concessionária Maracanã S.A, liderada pela Odebrecht, diz que recorrerá da decisão.
A liminar foi concedida pela juíza Fernanda Lousada, da 4ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, na última sexta-feira.
"Como responsável provisório pelo complexo, a empresa já reestabeleceu o contrato com a empresa responsável de segurança, inclusive solicitando o aumento do efetivo para o Maracanã e Maracanãzinho. O mesmo procedimento será feito com outros prestadores de serviço, como as empresas responsáveis pela manutenção do gramado e limpeza", diz o texto.
Na última segunda-feira, a Odebrecht, antes mesmo de ser notificada, já havia classificado como injusta a liminar. A Concessionária tem se recusado a retomar o controle do Maracanã argumentando não ter recebido o estádio nas condições que entregou ao Comitê Rio-2016 antes dos Jogos Olímpicos do Rio.
"A Concessionária, entretanto, vai recorrer nos próximos dias da decisão porque entende que o cumprimento do Termo de Autorização de Uso (documento que disciplinou o uso do estádio e do ginásio pelo Comitê Rio 2016 durante os Jogos Olímpicos) é necessário para que seja preservado o bem público e, principalmente, a segurança dos usuários. O TAU prevê que o Rio 2016 deveria devolver o Maracanã e o Maracanãzinho somente depois de feitos todos os reparos nas instalações", reforça no comunicado desta quarta.
A reclamação é que o Comitê Rio 2016 e o governo do Rio de Janeiro deveriam entregar o Maracanã e o Maracanãzinho nas mesmas condições que receberam. A assessoria de imprensa citou uma série de pendências após uma inspeção. O caso mais grave, conforme a empresa, é que a cobertura recebeu peso de 189 toneladas e o projeto previa um limite de 81 toneladas.
Também foi constatada a falta de cadeiras nas arquibancadas, necessidade de recolocar catracas eletrônicas, há publicidade do Comitê espalhada por todo o estádio e fechaduras quebradas. A Odebrecht ainda pede um laudo que ateste que o sistema de drenagem do gramado não foi afetado pelo buraco cavado para a cerimônia de encerramento da paraolimpíada.
No ginásio do Maracanãzinho há um painel de energia danificado por um princípio de incêndio ocorrido durante os Jogos Olímpicos. A imagem mais forte do abandono do estádio é o gramado bastante castigado, mas a assessoria de imprensa informou que a empresa de engenharia relatou que a recuperação é rápida.
No recurso a ser apresentado à Justiça, informa a Concessionária, é explicado que “o legado de problemas deixado pelo Comitê Organizador coloca em xeque a própria capacidade de operação do Maracanã e do Maracanãzinho, expondo os usuários a condições inadequadas de saúde, conforto e, sobretudo, de segurança”.
O estádio está sem condições de uso, e a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) já convocou reunião com os clubes para tentar dar solução à questão. A primeira conversa estava marcada para a última terça-feira (17), mas, devido ao impasse na Justiça, foi remarcada para a próxima segunda (23). A Ferj também convocou reunião com a Concessionária Maracanã S.A para viabilizar uso pontual do estádio nos jogos decisivos do Campeonato Carioca. A Odebrecht respondeu positivamente ao contato e, em carta, disse estar aberta ao diálogo, solicitando apenas a inclusão de representantes da Casa Civil do Governo do Rio no encontro.
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