Torcedores da Chape encaram jejum, vigília por corpos e 40 h sem dormir
A dor da tragédia assola a cidade de Chapecó. E os torcedores da Chapecoense vêm enfrentando uma verdadeira maratona para prestarem suas homenagens aos ídolos que deram tantas alegrias. Eles iniciaram nesta terça-feira uma vigília na Arena Condá para esperar a chegada dos corpos da delegação que morreram horas antes em um acidente aéreo nos arredores de Medellín (Colômbia).
Parte da torcida já começou um acampamento na Arena Condá enquanto os corpos das vítimas não retornam ao Brasil. Autorizados pela Chapecoense, cerca de 35 deles se instalaram no estacionamento do estádio do clube catarinense.
Quem está lá não arreda pé. “A gente não pensa em sair daqui. É muito amor ao clube. Com certeza eles estão vendo a gente lá de cima”, afirmou Américo Ribeiro, um dos acampados.
A opinião era semelhante à de Thainara da Silva. “Eu participo diretamente da torcida. Não tem como não se comover, a gente organizava a festa e agora vamos organizar a festa para quem? Fim de semana era sempre a mesma coisa. É uma forma de homenagem porque a gente nunca vai abandonar o time. E não vai ser agora. Não vamos arredar o pé daqui”, disse a estudante de 18 anos.
Os jovens estão encarando uma noite fria em Chapecó com previsão de os termômetros marcarem até 13º C durante a madrugada. Por isso, contaram com a ajuda de amigos para levarem colchonetes e cobertores. Uma corrente de solidariedade também ajudou na alimentação. Hoje à tarde, eles tiveram pão com mortadela e prepararam um cachorro quente durante a noite.
A saga, no entanto, começou muito antes. Assim que souberam da notícia logo cedo, torcedores já começaram a se mobilizar para ir ao estádio. O estudante Fernando Albert, de 17 anos, soube das notícias pela manhã e já saiu de casa. “Comecei a juntar a gurizada e viemos para cá. Só vamos sair quando os corpos chegarem. Não tem tempo ruim. A gente fica até eles chegarem”, anunciou.
Há ainda quem esteja há muitas horas sem dormir. O estudante David Henrique da Rosa já ficou 40 h de olhos abertos e promete ainda mais. Ele havia acordado na segunda-feira às 9 h da manha e não tinha se deitado ainda quando começaram a serem divulgadas as primeiras notícias do acidente. O jovem começou a mobilizar os grupos de Whatsapp dos torcedores e a buscar informações pela internet durante a madrugada.
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