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Confusão de autoridades cria angústia antes de anúncio da morte de Danilo

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

30/11/2016 09h45

A história do goleiro Danilo causou apreensão em todos os brasileiros. Uma confusão de informações das autoridades colombianas fez com que a família do herói da Chapecoense sofresse durante todo o dia 29 de novembro. Até a confirmação de que Danilo estava morto.

Nas primeiras horas do dia, o goleiro Danilo apareceu na lista de sobreviventes, divulgada pela Agência Nacional de Aviação da Colômbia. Ele era um dos 6 com vida (o zagueiro Neto não havia sido encontrado). Horas depois, seu nome deixou de aparecer entre os seis sobreviventes. A Agência Nacional de Aviação da Colômbia apagaria também a lista original com os sobreviventes. Agora, eram 6 nomes, com Neto e não mais Danilo.

A confusão foi seguida pela Cruz Vermelha da Colômbia. Primeiro, a entidade confirmou que Danilo estava vivo. Horas depois, seu nome apareceu entre os mortos. Instantes depois da confirmação do óbito, o nome do goleiro voltou a aparecer na lista de vivos.

Em meio a confusão sobre o que acontecia com Danilo, a família do goleiro sofria no Brasil, em Cianorte, cidade natal dele. A irmã dele, Daniele, postou em seu Facebook que recebeu a notícia que ele tinha sido levado para um hospital maior. Horas depois, ela foi às lágrimas ao escutar na televisão que ele estava morto.

Por volta das 19 horas da última terça-feira, Alaíde Padilha, a mãe do goleiro, já previa o pior. Para isso, preparava tudo para o enterro do seu filho. Em um fio de esperança, ela falava: “vai que daqui a pouco alguém me liga e fala que ele está vivo”.

A esperança de Alaíde se justificava. Além da confusão feita pela Agência Nacional e pela Cruz Vermelha, ela ainda precisava lidar com os médicos que ligavam para sua casa. O primeiro contato pediu características dele. Após dar, o telefone desligou. Em seguida, um novo contato passava o telefone de um hospital em que Danilo estaria. Ao ligar, ela foi informada que seu filho não estava por lá.

Em meio a tanta confusão, o médico Guillermo Leon Molina, diretor da clínica San Juan de Dios de la Sierra, deu entrevistas confirmando a morte do goleiro. O médico não havia atendido Danilo em momento algum, mas confirmava a informação baseada em conversa que teve com terceiros, do hospital San Vicente Fundación, para onde Danilo foi levado antes de morrer.

Danilo foi o herói da Chapecoense na Copa Sul-Americana. Foi dele a defesa com os pés nos acréscimos da semifinal contra o San Lorenzo.

O goleiro deixa um filho de dois anos, chamado Lorenzo. Danilo era casado com Leticia Padilha.